Bispo de Angra convida os cristãos a aproximarem Deus dos homens

D. António de Sousa Braga prossegue a sua catequese quaresmal e fala de uma maior proximidade entre os homens e Deus, através da religião.

“Quanto mais perto da vida dos homens, tanto mais a religião terá a ver com Deus”, lembra o Bispo de Angra na sua segunda catequese quaresmal que o Portal da Diocese tem vindo a publicar (ver catequese na íntegra – clicando aqui) durante esta Quaresma, sob o título Imagens de Deus.

 

Nesta segunda catequese – “Não terás outros deuses além de MIM” (DT5,7)- o Prelado diocesano insiste na necessidade dos cristãos corrigirem as falsas imagens de Deus que muitas vezes “O transformam em ídolo”.

 

“A caminhada quaresmal de conversão a Deus deve levar-nos a ultrapassar as Suas falsas representações, para nos aproximarmos cada vez mais da imagem do Deus de Jesus Cristo”, sublinha D. António de Sousa Braga.

 

O Bispo de Angra faz uma série de considerações entre as quais, alerta para o facto de Deus não ser pertença exclusiva deste ou daquele grupo.

 

“Não existe o Deus dos fanáticos, hoje em voga. Deus não é propriedade de ninguém. Não está só do meu lado. Está em toda a parte”.

 

Acresce que Deus é, igualmente, a síntese de tudo.

 

“Não existe o Deus masculino das nossas representações. Nem feminino. Nem neutro. Não é pai, nem mãe, nem uma espécie de chefe de família. É tudo isso, mas de forma diferente. Reúne o que de melhor tem o homem e a mulher. Deus é síntese, auge, plenitude: o Outro”, diz o prelado diocesano.

 

D. António de Sousa Braga, na linha do que tem sido defendido pelo Papa Francisco, volta a lembrar que Deus está mais perto dos pobres e dos excluídos que dos ricos e dos privilegiados.

 

“É igualmente falsa a imagem de um Deus aristocrata, sempre ao lado dos poderosos e influentes. O Deus dos privilegiados não existe… Se o leitor(a) desfrutar de algum privilégio, não procure aí Deus…, cuja essência é ser e não ter”, refere o prelado citando Cortés.

 

E, porque Deus é sentimento e afeto, também não pode ser visto só na perspetiva teológica.

 

“O Deus de Jesus Cristo não é propriamente o Deus dos filósofos e dos teólogos. Só com a inteligência, não se chega ao Deus vivo e verdadeiro. Geralmente, o Deus dos filósofos é frio e distante. Mais um derivado lógico, do que um ser vivo e pessoal”.

 

Nesta catequese quaresmal, na qual volta a convidar os cristãos a “desfazerem-se” de representações erráticas de Deus, o Bispo de Angra refere-se, também, aos ateus e agnósticos, embora os diferencie, lembrando que no primeiro caso haja alguma incongruência porque não se pode negar a existência do que se acha não existir.

 

Já no caso do agnosticismo, D. António reconhece que é uma atitude “mais próxima dos crentes” porque “não se pronunciam sobre algo que transcende a realidade humana. Não dizem nem que sim, nem que não. Abstêm-se. Só que essa atitude só poderá ser transitória. Não saberemos dizer grande coisa de Deus. Temos de continuar à procura. Por que Ele existe. Isso é fé”.

 

D. António de Sousa Braga conclui esta catequese referindo-se à religião como um caminho importante para redescobrir Deus. Mas, para isso, lembra que é preciso acreditar na revelação divina, a essência do cristianismo.

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