Diocese açoriana tem 20 alunos em caminhada para o sacerdócio
O bispo de Angra, na nota pastoral que publicou para valorizar a Semana dos Seminários, que se realiza a partir deste domingo até dia 13, convida os diocesanos a refletir sobre a importância do Seminário “pelo bem que é para a Igreja e para a sociedade”
“O Seminário como comunidade educativa em caminhada está atento à realidade do mundo e tem um contributo insubstituível para a sociedade. Desde logo na formação integral dos seus alunos e na escuta dos sinais dos tempos para responder de modo adequado aos anseios da humanidade de hoje”, refere D. João Lavrador.
No documento publicado no Portal on line da Diocese de Angra, o prelado assinala que todos os cristãos são chamados a “descobrir a vocação de cada um” mas nesta semana é sobretudo um apelo “lançado aos jovens”.
A Diocese de Angra tem 20 alunos a estudar no seu Seminário Maior e o prelado considera que “é motivo de ação de graças” por parte de todos os cristãos que “reconhecem a fundamental missão” dos sacerdotes nas comunidades cristãs.
O prelado apela a todos os diocesanos para que “manifestem” interesse pelo Seminário, “apreciem e valorizem o esforço educativo que ali se realiza” e “empenhem-se na dinamização vocacional”que passa “pelas famílias e pelas comunidades cristãs”.
“É uma oportunidade para todos os diocesanos refletirem sobre a importância do Seminário”, observa o bispo de Angra que pede aos fiéis que contribuam “generosamente, em espírito de partilha fraterna”, para as suas elevadas despesas, para “rogarem” por mais vocações jovens ao sacerdócio, “a implorarem as bênçãos de Deus para a comunidade educativa”.
D.João Lavrador constata que o Seminário é um “sinal erguido” no centro da vida diocesana a “despertar a consciência” de todos os diocesanos para a “bondade e a ternura de Deus” que chama a viver no Seu amor e a testemunhá-lo no mundo concreto.
A nota pastoral do bispo de Angra intitula-se ‘Chamados a viver a Misericórdia do Pai’ foi publicada no contexto da Semana dos Seminários que vai ser assinalada entre 6 e 13 de novembro.
Já este sábado haverá uma vigília de oração, na igreja da Fonte Bastardo, animada pelos seminaristas e acompanhada pelos grupos de jovens da ilha Terceira onde se rezará pela frutificação e aprofundamento das vocações.
Ontem a igreja dos Flamengos recebeu também uma vigília de oração pela Semana dos Seminários e durante toda esta semana serão várias as iniciativas promovidas em todas as paróquias da diocese para assinalar a importância do Seminário. De resto, o reitor, Pe Hélder Miranda Alexandre, enviou uma carta a todos os sacerdotes diocesanos no sentido de se empenharem na promoção de uma verdadeira pastoral vocacional.
Os seminaristas mais velhos sairão também em missão para várias ilhas onde chamarão a atenção para a vocação e o sacerdócio, dando testemunho do que é a vivência no Seminário Episcopal de Angra.
A Semana Nacional dos Seminários 2016 tem como base o Jubileu da Misericórdia e destaca a importância desta componente no desenvolvimento das vocações.
“A vocação sacerdotal não nasce somente de um chamamento, de um desejo ou de um impulso interior; ela é fruto do encontro do Deus misericordioso com o homem perdido e que é encontrado, com o homem morto e que revive”, realça D. Virgílio Antunes, presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios, na mensagem para a iniciativa deste ano.
Intitulada “Movidos pela Misericórdia de Deus”, esta semana quer sublinhar os seminários como lugares onde os jovens aprendem “a misericórdia” do Pai para depois se poderem entregar “ao serviço dos outros”.
Pretende recordar também a importância do papel da educação, quer na família quer nas várias etapas dentro da Igreja Católica, para o surgimento de mais crianças e jovens dispostos a consagrarem a sua vida a Cristo.
“Uma família que não vive relações de comunhão a partir da fé e onde cada um não está disposto a acolher, compreender e perdoar no seguimento de Jesus, não fomenta os gérmenes da vocação”, escreve D. Virgílio Antunes.
E “uma educação cristã que não favorece experiências fortes de encontro com Deus nos momentos de espiritualidade, de oração, de reconciliação, de perdão, de partilha das misérias humanas, não pode ter consequências vocacionais”, acrescenta o bispo de Coimbra.
Estar aberto a uma missão na Igreja Católica, ao sacerdócio, ao celibato, a fazer das comunidades a própria família, implica uma conversão radical que só é possível em quem faz na sua vida a experiência da “misericórdia de Deus”, aponta o presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios.