Santuário do Senhor Santo Cristo dos Milagres assinala hoje o 60º aniversário da sua elevação a santuário diocesano
O Santuário do Senhor Santo Cristo dos Milagres foi criado há 60 anos, no dia 22 de abril de 1959, e hoje o bispo de Angra presidiu a uma missa de ação de graças, concelebrada pela equipa reitoral com a presença de sacerdotes, religiosos e leigos que habitualmente servem neste espaço, um dos mais carismáticos da igreja diocesana.
Na homilia da missa jubilar, D. João Lavrador sublinhou a importância do Santuário como lugar de acolhimento, de fortalecimento da fé e de partida para a nova evangelização.
“O Santuário é o lugar onde Jesus Cristo nos acolhe, no qual podemos fazer a experiência da Sua Ressurreição, fortalecer a comunhão com Ele de tal modo que sejamos d’Ele testemunhas. Na verdade, este Santuário deverá ser local de Nova Evangelização”, afirmou.
“Normalmente, quem acorre a um santuário é alguém sedento de respostas para a sua vida. No meio das aflições porventura estará encoberta a necessidade de percorrer os caminhos de formação e de conversão que levam a encontrar-se com o verdadeiro Jesus Cristo” afirmou D. João Lavrador destacando que este é “um verdadeiro desafio pastoral”.
O prelado diocesano, que acaba de terminar a visita pastoral à maior ouvidoria da diocese- Ponta Delgada- cidade que acolhe este grande santuário diocesano, onde se realiza a maior festa religiosa dos Açores no quinto domingo a seguir à Páscoa, referiu que este era um dia de ação de graças a Deus.
Neste dia, “move-nos o dever de acção de graças a Deus que neste lugar tem atendido tantas situações de vida à procura de alívio, de conforto e de paz; desperta-nos para o reconhecimento de tantas pessoas, sacerdotes, religiosas e leigos, que dedicaram a sua vida a atender os peregrinos e a oferecer-lhes as condições para que as suas aspirações fossem atendidas; mas igualmente nos incentiva para continuar a fazer deste santuário lugar privilegiado de encontro com Deus, de crescimento humano e espiritual e de atenção aos mais excluídos da sociedade”, disse D. João Lavrador.
Além de reconhecer o papel do Santuário o bispo diocesano deixou um desafio: “permitam-me que convide a todos os que orientam e a todos os que procuram este santuário que criem as condições para que a experiência de Jesus Cristo se faça de tal modo que aqueles que daqui partam, sinta o impulso de anunciar a Jesus de Nazaré Vivo e Ressuscitado, tal como nos refere o Evangelho”.
A partir da liturgia desta segunda feira, a primeira depois da Páscoa, o prelado sublinhou que os cristãos são interpelados a fazer a experiência de Cristo ressuscitado e depois a serem testemunhas de que Cristo está vivo, mesmo diante das dificuldades que os tempos modernos criam, como no passado.
“O envio e a experiência da comunicação da novidade da Ressurreição faz parte da experiência de quem se deixou interpelar por Jesus Cristo Vivo”, afirmou D. João Lavrador.
E, prosseguiu: “a vitalidade da vida da Igreja, a força e a frescura do proclamação e da missão dependem não só da experiência pessoal e comunitária da Ressurreição de Jesus Cristo, mas também de um verdadeiro itinerário de iniciação cristã, que se inicia sempre com o anúncio jubiloso e testemunhal do Kerigma”.
“Limitar-se a alimentar opiniões pessoais sem fundamento bíblico nem conversão, propor-se uma vida cristã a partir de ideias distorcidas sobre a pessoa de Jesus Cristo e o Seu mistério, fora da participação e orientação de uma comunidade que professa a fé, é incorrer num cristianismo sociológico mas sem força transformadora”, concluiu.
Do programa festivo deste ano jubilar destaca-se um encontro de reitores dos santuários diocesanos dos Açores, a 24 de maio, e um simpósio nos dias 11 e 12 de julho, onde D. Carlos Azevedo, do Conselho Pontifício para a Cultura, da Santa Sé, aborda o tema “Viver em Cristo: Pleno humanismo de santidade”.
Nos dias 25 e 26 realiza-se a festa do Senhor Santo Cristo dos Milagres, que faz congregar para Ponta Delgada milhares de peregrinos. Este ano as festas, as maiores organizadas pela Igreja nos Açores, serão presididas pelo Núncio Apostólico do Vaticano na Geórgia e na Arménia, D. José Avelino Bettencourt, natural da ilha de São Jorge.