Prometida ficou uma cooperação institucional em áreas como a solidariedade social, a educação e a cultura
O 40º bispo de Angra apresentou esta quinta-feira cumprimentos ao Presidente do Governo regional dos Açores e reafirmou a intenção da Igreja de ser uma voz ativa no combate à pobreza à exclusão social , “áreas de especial vocação da Igreja” e com as quais está “preocupado”
“A Igreja estará sempre disponível para ajudar a concretizar o desenvolvimento integral da Região, para o bem das pessoas e das comunidades”, afirmou D. Armando Esteves Domingues, após a audiência com José Manuel Bolieiro.
Relativamente ao combate à pobreza, o bispo de Angra manifestou a sua vontade de “ver envolvida a estrutura da Igreja nas nove ilhas” neste combate, porque “os números preocupam-me, mas sobretudo preocupam-me as pessoas”.
D. Armando Esteves Domingues salientou também a preocupação que a Igreja tem com a formação das pessoas, desde o batismo até à morte, a “evangelização continua” que se faz no dia-a-dia.
Na formação que a Igreja promove, é também essencial para D. Armando Esteves Domingues sensibilizar para o papel que cada um pode desempenhar “sem estar à espera que o bispo diga ou o presidente da Câmara ou do Governo digam”, porque “ninguém muda se não entender com a cabeça e com coração” e a “Igreja pode dar muito contributo neste campo”, concluiu.
Para o Presidente do Governo, é necessária “uma colaboração em parceria”, com vista ao processo da “inclusão e realização pessoal” dos açorianos na sociedade.
Para isso, avançou, são necessárias políticas destinadas ao “sucesso social e educativo”, reforçando a afirmação de uma “cidadania participativa nas instituições”.
Segundo José Manuel Bolieiro, é preciso haver igualmente uma “solidariedade intergeracional” entre as crianças e os mais idosos, faixas etárias em que a fragilidade social “é mais patente”.
A “lógica da assistência” é fundamental para limitar “exclusões sociais”, reforçou também, explicando que permite combater “as necessidades mais prementes que a pobreza implica para as pessoas e para as famílias”.
Este pendor social pode ser construído mutuamente entre “o Governo, as autarquias, mas também com a Igreja e com as instituições laicas da sociedade açoriana”, lembrou José Manuel Bolieiro.
D. Armando Esteves Domingues continuará até domingo em São Miguel, na sua primeira visita à mais populosa ilha açoriana desde que entrou na diocese. Esta noite estará numa celebração ecuménica que terá lugar no Centro Pastoral Pio XII em Ponta Delgada, que assinala a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos e, no domingo, estará com os Romeiros na lagoa, no seu retiro anual que precede sempre as Romarias Quaresmais.