Na mensagem para a Quaresma, D. António de Sousa Braga informa que a renúncia quaresmal vai ajudar refugiados, através da Cáritas
O bispo de Angra pediu aos seus diocesanos que se deixem “incomodar e interpelar” pela realidade que os rodeia e pelos “problemas concretos das pessoas”.
“Não podemos ficar nos templos à espera das pessoas. Temos de sair dos templos e ir ao encontro lá onde vivem e labutam. Temos de ser «+Próximo» do nosso próximo. Temos de ser ‘missionários’ presentes e atuantes na vida das pessoas lá onde é precisa mais misericórdia”, escreve D. António de Sousa Braga na mensagem para esta Quaresma na qual apela a uma pastoral de Misericórdia.
O prelado sublinha que uma pastoral da misericórdia tem de se deixar “interpelar e incomodar pela realidade” que “nos rodeia” e pelos “problemas concretos das pessoas”.
O bispo de Angra frisa, ainda, que tem de “estar atenta e conhecer” a realidade para evitar duas tentações: “A ‘espiritualidade da miragem’, em que não se vê o que acontece à nossa volta, ou ‘a fé por tabela’, que já tem a resposta feita, antes de conhecer a realidade.”
Neste contexto, ‘+ Próximo’ é o lema escolhido para a Quaresma 2016 retirado de um programa (2011-2014) da Caritas Portuguesa, informa D. António de Sousa Braga.
O bispo de Angra apela a que durante a Quaresma, que começa esta quarta feira, se renuncie a “algo habitual” para “ajudar os refugiados, que vêm para Portugal”.
A renúncia quaresmal que vai ser entregue no ofertório da Missa de Domingo de Ramos (20 de março) e vai ser dividida entre a Caritas Nacional e a Caritas dos Açores: “As instituições que em nome da Igreja em Portugal dão apoio aos refugiados, independentemente da sua raça, religião e nação”, explica.
A Quaresma, que se inicia com a celebração de Cinzas, é um período de 40 dias, excetuando os domingos, marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, que serve de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão.
Neste contexto surge a renúncia quaresmal, prática em que os fiéis abdicam da compra de bens adquiridos habitualmente noutras épocas do ano, reservando o dinheiro para finalidades especificadas pelo bispo da sua diocese.