D. João Lavrador presidiu à Missa de Páscoa na Catedral, em Angra do Heroísmo, sem assembleia presencial
A experiência da ressurreição de Jesus Cristo obriga as comunidades cristãs em geral, e cada um dos cristãos em particular, a serem sinais de Cristo na vida das pessoas.
“Perante o paradoxo de estarmos a viver esta celebração festiva em isolamento e no resguardo pessoal e comunitário que esta epidemia nos exige, não deve esmorecer o desejo de caminharmos mais decididamente na edificação comunitária para, assim, testemunharmos a ressurreição de Jesus Cristo ao mundo de hoje” afirmou na homilia da Missa a que presidiu, sem a presença física de fieis por causa da situação de contingência em que o país se encontra em virtude da pandemia provocada pelo Covid-19.
A partir da liturgia deste domingo, D. João Lavrador lembrou, na sua homilia, que depois da ressurreição de Jesus Cristo “somos pessoas novas”, isto é, “novas na ordem dos pensamentos, dos afectos, das opções e dos critérios, e dos valores”.
Por isso, “Pela inteligência e coração renovados e transfigurados, encaminhamo-nos para viver segundo a maneira renovada a que nos chama Jesus Cristo, Vivo e Ressuscitado, numa esperança que não se restringe às coisas do mundo mas, numa oferta total de nós mesmos a Deus e aos irmãos, vivendo o amor como opção de vida”, afirmou ainda.
O prelado alertou, por outro lado, que esta renovação é exigente e,
“perante a humanidade distraída ou entretida nas coisas que o mundo lhe vai oferecendo”, “é necessário” que os próprios cristãos sejam o exemplo de dedicação àquilo que é essencial : a escuta da palavra “que ilumina os sinais”, a celebração dos sacramentos, como a participação na Eucaristia, e a interioridade.
“São estes sinais que continuam hoje a fazer-nos descobrir a presença salvadora e redentora de Jesus de Nazaré e a tornar-nos participantes da Sua ressurreição”.
“Na verdade, para fazer uma verdadeira experiência da Ressureição de Jesus de Nazaré, teremos de diferenciar o tempo, isto é, devemos assinalar o domingo como tempo da experiência do Ressuscitado, tempo da nova criação, tempo da emergência da dignidade profunda da pessoa humana que se regenera na comunhão com Deus, tempo de celebração do mistério pascal de Jesus Cristo através da Eucaristia”, esclareceu ainda .
- João Lavrador, que presidiu a todas as celebrações da Semana Santa e da Páscoa na Sé de Angra, sem a presença de fieis mas com a transmissão das celebrações pelos meios de comunicação social e digital, aproveitou a oportunidade para endereçar a todos os votos de uma feliz Páscoa.
“É com esta certeza e com esta alegria, que apresento a todos os diocesanos, na Região dos Açores e na diáspora, sobretudo aos grandes heróis desta epidemia, governantes, profissionais da saúde, protecção civil, forças de segurança, doentes e famílias, sacerdotes, diáconos, religiosos, leigos e os diversos serviços diocesanos, os meus votos de uma Santa Páscoa”.
“Imploro de Nossa Senhora, Mãe e Rainha dos Açores, que se alegrou com a Ressurreição do Seu filho que abençoes todos os que sofrem a tribulação no corpo ou no espírito e nos faça caminhar pelas sendas da evangelização do mundo de hoje”.