D. Armando Esteves Domingues celebrou hoje no Lar da Santa Casa da misericórdia de Santa Cruz da Graciosa, onde elogiou o trabalho prestado pelas misericórdias nos Açores
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O bispo de Angra visitou esta manhã a Santa Casa da Misericórdia de Santa Cruz, na ilha Graciosa, e elogiou a resposta social que estas instituições dão, mas alertou para a necessidade de as manter como complemento e não como substituto ao trabalho das famílias.
“Se não fossem as Santas Casas os Açores não seriam o que são. Mas, há um duplo aspeto neste papel: por um lado elas são hoje uma resposta aos problemas da falta de meios que a família tem para cuidar do idoso mas não podemos transformá-las em substitutos daquele que é o papel da família no acompanhamento e na presença constante na vida dos seus mais velhos” afirmou o bispo de Angra, no final da celebração a que presidiu com os idosos, e na qual participaram os membros da direção da Santa casa e também os funcionários.
“Fazem todos um trabalho notável. As famílias podem ficar descansadas porque os seus idosos não ficam ao abandono e são cuidados; o que não podem é ser esquecidos”, refere D. Armando Esteves Domingues que desafiou os mais jovens a não se esquecerem dos idosos.
“Os projetos comunitários que vierem a ser desenvolvidos têm de ter em conta também os idosos. Este lugar tem de ser um lugar de passagem por onde passem os mais novos não só num dia de festa, mas sempre”, disse ainda.
“A comunidade constrói-se com todos . Os projetos de alegria no campo do desporto, das escolas, da música, constroem-se com todos e aqui está um posto de sabedoria. Muitas vezes na azáfama dos nossos dias, passamos ao largo e não entramos, não ouvimos, não abraçamos, mas a comunidade faz-se deste contacto intergeracional” disse recordando a expressão do Papa na mensagem para o Dia Mundial do Doente- A esperança não engana e fortalece nas tribulações- desafiando os jovens a serem “anjos de esperança”.
“Pedi a todos aqui que rezassem pelos jovens que se vão crismar; também peço aos jovens que não se esqueçam dos mais velhos”.
“Nunca deixemos morrer o sorriso no rosto de um doente ou de um idoso; é uma tarefa hercúlea, que não depende só de uma pessoa, mas é bom não esquecermos que somos todos interdependentes”, disse ainda.
A Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Santa Cruz da Graciosa, instituída no ano 1498, é uma associação de fiéis, com personalidade jurídica canónica, cujo fim é a prática das Catorze Obras de Misericórdia, tanto corporais como espirituais, visando o serviço e apoio com solidariedade a todos os que precisam, bem como a realização de atos de culto católico, de harmonia com o seu espírito tradicional, informado pelos princípios do humanismo e da doutrina e moral cristãs.
Atualmente esta Santa Casa tem uma creche, um jardim de Infância, um Centro de atividades de Tempos Livres, uma Ludoteca, um centro de Centro de Atividades e Capacitação para a Inclusão com 10 utentes, quatro Centros de Convívio que envolvem cerca de 130 pessoas, Apoio Domiciliário a 52 pessoas( na higiene da casa e na higiene pessoal), bem como alimentação e um lar residencial com capacidade para 60 idosos.
Esta tarde o bispo de Angra encontrar-se-á com jovens crismando. Amanhã celebrará no Curato de Santo António da Vitória, no terceiro dia da Visita Pastoral à ilha Graciosa.