Bispo de Angra alerta para a necessidade de um menor formalismo dentro da Igreja para integrar os jovens antes que se perca o entusiasmo da JMJ

Foto: Igreja Açores/Ouvidoria da Praia

D. Armando Esteves Domingues foi o primeiro orador do V Encontro de Reflexão da Praia sobre o tema “A Família nas suas idades”

Trabalhar com os jovens implica diminuir o peso das estruturas e de algum formalismo que a Igreja, enquanto instituição ainda comporta, dando-lhes espaço de escuta e de criatividade, afirmou o bispo de Angra na primeira conferência do V Encontro da Praia, uma iniciativa anual desta ouvidoria da ilha Terceira, que decorre até hoje no Centro Social e Paroquial das Fontinhas, entre as 20h00 e as 22h00.

“Trabalhar com os jovens implica diminuir as estruturas”, disse D. Armando Esteves Domingues sublinhando que “os Jovens precisam de espaço criativo e não de estruturas pré fabricadas”.

“Levanta-se o desafio da escuta. Como escutar um jovem? Permitir que se sinta compreendido, nas alegrias e fracassos? Muitas vezes os jovens são vistos como apenas destinatários. E quando lhes poderemos dar o protagonismo?” interpelou o prelado diocesano na conferência inaugural desta ação formativa que a ouvidoria da Praia promove todos os anos no início do ano pastoral, e que este ano tem como tema “A Família nas suas idades”.

O bispo reclamou uma Igreja mais disponível para dar protagonismo aos jovens mas que não esqueça a necessidade de os acompanhar.

“Os jovens não pedem só autonomia, precisam de líderes qualificados, humildes e prestáveis”, disse D. Armando.

“É preciso encontrar recursos, pessoas, tempo, para formar educadores”, disse D. Armando.

“O que falta aos jovens é acompanhamento, um acompanhamento feito por alguém preparado”, disse D. Armando Esteves Domingues.

Nesta conferência, o Bispo de Angra abordou o tema da Juventude focando-se nos desafios levantados pela Jornada Mundial da Juventude, realizada em agosto deste ano em Lisboa e que mobilizou 900 jovens açorianos.

O prelado destacou o entusiasmo vivido nesse grande encontro mas alertou também para o risco do esmorecimento.

“O mundo estava aqui (em Lisboa) de uma forma que não esperávamos”, disse D. Armando Esteves Domingues.
“Estamos ainda a viver a onda do amor, de entusiasmo e de esperança provocada pelo encontro de tantos jovens de todo o mundo e pelas palavras ditas ao coração do nosso querido Papa Francisco, mas em breve a onda vai quebrar e o risco de descansar na praia sempre espreita”, afirmou ainda convidando a Igreja a ser “unidade na diversidade”.

“A JMJ traz-nos a certeza de que Deus caminha no meio de nós e todos, todos, todos são precisos”, disse enfatizando que os “Jovens precisam fazer experiências, que não sejam momentâneas e passageiras, mas preparadas, vividas, gravadas no coração e com reflexos para a vida do dia a dia”.

“São estas experiências que permitem fazer um encontro com Cristo Vivo. É o Senhor quem marca. É Ele que marca a nossa vida”, disse ainda.

Foto: Igreja Açores/Ouvidoria da Praia

Durante a explanação do tema, D. Armando Esteves Domingues foi chamando jovens que estiveram presentes na JMJ em Lisboa, interpelando-os e permitindo que partilhassem as suas experiências em Lisboa.
Destes testemunhos sobressai sempre a ideia de não caminharmos sós, pois são muitos os jovens no mundo que seguem a Cristo.

“Somos muitos, de muitos lugares, falando várias línguas, mas vivendo uma só fé”.

O V Encontro da Praia prossegue esta noite com uma conferência de Sandra Gomes e Silva sobre “Saber envelhecer”. Esta noite, Isabel Berbereia falou sobre a “Economia familiar”.

Estes Encontros de Reflexão, na Praia, inserem-se na Escola de Formação de Ouvidoria proporcionando um momento formativo a todos os fieis sobre temas candentes da atualidade, a partir de uma leitura cristã da realidade.

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