Bispo de Angra alerta para a necessidade de ninguém se “distrair do essencial”

D. António de Sousa Braga presidiu à cerimónia de dedicação da igreja e do altar da Matriz de Santa Barbara das Ribeiras, que assinala 50 anos

A Igreja católica “é chamada”, neste tempo de “mudanças epocais” a “oferecer mais vigorosamente os sinais e a proximidade de Deus”, disse este domingo o Bispo de Angra durante a cerimónia de dedicação e sagração do altar da Igreja Matriz de Santa Bárbara das Ribeiras, na ilha do Pico.

O templo, que assinala 50 anos, é uma das quatro igrejas construídas nos Açores durante o período de realização do Concílio Vaticano II, e foi alvo de uma série de intervenções de fundo, entre elas, a construção de um novo altar.

“Este não é o tempo para nos deixarmos distrair, antes pelo contrário: é o de permanecermos vigilantes e despertarmos em nós a capacidade de fixar o essencial”, disse D. António de Sousa Braga lembrando as palavras do Papa Francisco na Celebração das Primeiras Vésperas do Domingo da Divina Misericórdia de 2015 a propósito dos objetivos do ano jubilar pastoral de 2015.

O Bispo diocesano lembra que todos os cristãos devem viver este ano da misericórdia “seguindo o exemplo do Pai” que “pede para não julgar e não condenar, mas perdoar e dar amor e perdão sem medida”, a ponto de “lhe mudar a vida”.

“O Bom Pastor com extrema misericórdia carrega sobre si a humanidade, mas os seus olhos confundem-se com os do homem. Cristo vê com os olhos de Adão e este com os olhos de Cristo. Cada pessoa descobre assim em Cristo a própna humanidade e o futuro que a espera”, referiu D. António de Sousa Braga que voltou a presidir a uma celebração festiva depois da Solenidade de Nossa Senhora do Carmo e de ter estado afastado por motivos de saúde.

O Bispo de Angra acrescenta, ainda, que este ano “é um tempo” para que os cristãos sejam “sinal e instrumento da misericórdia do Pai”; de “manter vivos os sinais de ternura” para com todos os que vivem na tribulação, sozinhos ou abandonados”, numa palavra “sermos testemunhas da misericórdia”.

Para isso, deixou, outro apelo no sentido das instituições próximas da igreja, como a Cáritas ou as Santas Casas, serem “o rosto” da realização da misericoórdia “dando de comer a quem tem fome, de beber a quem tem sede, de vestir aos nus, de assistir aos enferrnos”.

D. António de Sousa Braga deixou, por outro lado, o desígnio das Romarias de São Miguel, Terceira e Graciosa, serem “consideradas peregrinação sagrada jubilar”.

O Bispo Diocesano lembrou, durante a cerimónia, que no próximo ano a diocese irá receber a visita da imagem peregrina que estará nos Açores, no primeiro semestre.

“Trata-se de um momento da missão evangelizadora na Igreja e da Igreja” e à semelhança do que aconteceu nas duas outras visitas, nas décadas de 40 e de 80, “na simplicidade e na grandeza de povo crente”, este será um momento “de profunda celebração da fé deste povo”.

Para o Prelado diocesano, os cristãos deverão fazer prova “dessa alegria” quer por meio da participação na Eucaristia, na celebração do sacramento da Penitencia e da Unção dos Doentes; na oração de adoração diante do Santíssimo Sacramento, tão característica da espiritualidade de Fátima e na oração do Rosário nas famílias cristãs, acompanhada pelas meditações bíblicas e pelo silêncio contemplativo”, concluiu D. António.

Sublinhando a importância da dedicação de uma igreja paroquial como “uma das cerimónias mais solenes da liturgia católica”, porque “exprime, de modo significativo, o Mistério da Igreja”, o Bispo de Angra, lembrou a importância da Eucaristia “como o acto principal que se celebra numa igreja”.

 

A Igreja Paroquial de Santa Bárbara das Ribeiras, na ilha do Pico, foi alvo de uma profunda remodelação, a começar pelo altar mor e pelos nichos onde fica toda a estatuária do templo. Foi feita ainda uma intervenção ao nível da pintura das paredes e do polimento do chão.

Esta dedicação acontece depois da Igreja ter estado durante alguns meses em obras de restauro e conservação.

As obras foram suportadas por fundos paroquiais e contaram com a ajuda financeira da Câmara Municipal das Lajes do Pico e o apoio logístico da Junta de Freguesia.

A Igreja original de Santa Bárbara, dado o seu tamanho reduzido, sofreu uma grande alteração, tendo sido demolida. No mesmo local foi construída a nova Igreja, com maiores dimensões e capacidade, em 1962. Também, no mesmo ano, foi demolido e construído no mesmo local a residência paroquial. O responsável por estas obras foi o Padre Guilherme Pimentel. A inauguração da nova Igreja de Santa Bárbara foi a 18 de Julho de 1965.

Esta igreja, a par da Igreja do Imaculado Coração de Maria, nos Biscoitos na ilha Terceira, que completou 50 anos no dia 27 de maio, foi “encomendada” porque os locais de culto existentes apresentavam-se demasiado pequenos para o número de habitantes de então.

A dedicação das igrejas é um rito muito antigo, caracterizado pelo seu aspecto festivo e popular e, geralmente, acontece quando se lança uma primeira pedra para a construção de uma nova igreja e serve para implorar a benção de Deus para levar a bom termo aquela obra e, simultaneamente, os fieis serem informados de que o edificio vai ser construído e é a casa de Deus.

A oração de dedicação tem justamente o objetivo de indicar que a igreja é dedicada a Deus.

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