Prelado diocesano presidiu à eucaristia dominical na Sé de Angra no primeiro domingo do Advento que inicia o Ano da Vida Consagrada
As novas comunidades de vida consagrada são importantes, mas é preciso não esquecer que o carisma da vida religiosa “mantém-se atual” embora possamos atualizar a forma como o vivemos” disse, na homilia, o Bispo de Angra na eucaristia dominical a que presidiu na Sé, em Angra do Heroísmo.
“Hoje surgem novas formas de vida consagrada e novas comunidades, mas o carisma da vida religiosa mantem-se atual, no sentido de que a vida consagrada é um dom dado à igreja: nasce na igreja, cresce na igreja e está orientada para a igreja”, sublinhou D. António de Sousa Braga, lamentando “o envelhecimento” que atinge estas congregações e constitui “um problema”.
Reconhecendo o papel “importantíssimo” que as comunidades religiosas têm desempenhado na diocese de Angra e as “inúmeras vocações” que a Diocese tem dado a essas comunidades, o prelado diocesano exortou os católicos açorianos a não esquecer as orações para que esta dinâmica “continue viva” e este ano da Vida Consagrada seja “uma oportunidade para melhor se conhecer este carisma”.
D. António de Sousa Braga lembrou as orientações de pastoral para este ano onde se convidam as comunidades para se “darem a conhecer” através de iniciativas próprias e regozijou-se pela forma como elas se organizaram e definiram o seu plano de atividades.
“Sei que na Ribeira Grande, em Rabo de Peixe, estão organizadas visitas às Irmãs Clarissas, que na ouvidoria de Ponta Delgada há um extenso numero de atividades previstas e que na Terceira se formaram equipas para percorrer as catequeses paroquiais e as escolas… tudo isso é muito importante e devemos estar todos muito atentos”, ressalvou o Bispo de Angra.
Numa homilia quase exclusivamente dedicada ao Ano da Vida Consagrada, o responsável pela igreja católica nos Açores lembrou a carta do Santo Padre aos religiosos, no passado dia 21 de novembro, pedindo aos bispos para apoiarem a vida consagrada, tendo presentes três objetivos: fazer memoria agradecida do passado, abraçar o futuro com esperança e viver o presente com paixão.
“Fazer memória do passado é viver intensamente o presente perspetivando novos caminhos para desbravar o futuro”, sublinhou ainda o prelado, convidando todos a “irem às origens da vida consagrada o que exige também uma nova atitude, numa sociedade marcada pela mudança onde estes valores nem sempre estão presentes”.
O Bispo de Angra, a partir das leituras do primeiro domingo do Advento, deixou, ainda uma palavra de esperança aos que sofrem e um pedido aos cristãos, inspirado nas palavras do Papa Francisco.
“Pessoas que perderam a esperança, famílias em dificuldades, jovens a quem roubaram o futuro, ricos cheios de bens mas de coração vazio, homens e mulheres à procura de uma nova vida, não vos fecheis em vós mesmos, não sejais prisioneiros dos vossos problemas. Há de chegar o momento da Graça” porque “Deus chega sem se fazer anunciar e não marca audiências”. O importante, disse o prelado, é “estar atento e vigilante”.
“A vigilância é uma atitude típica do advento e do cristão e deve aplicar-se aos irmãos de quem nos temos de tornar mais próximos”, disse D. António de Sousa Braga, sublinhando que “a vigilância cristã implica essa atenção”.
Nesta Eucaristia que assinalou a abertura do Ano da Vida Consagrada na Diocese e o inicio do Advento estiveram presente alguns dos religiosos que residem na ilha Terceira.