D. Rui Valério participou na celebração do 26º aniversário do Comando Operacional dos Açores e hoje presidiu a uma missa no Seminário de Angra
Os Açores são “absolutamente fundamentais” numa perspetiva geo-estratégica e a presença de contingentes militares e de segurança “ao mais alto nível” é a prova do valor que as forças armadas atribuem a esta parcela do território nacional, afirmou D. Rui Valério ao Sítio Igreja Açores esta quarta-feira.
O novo prelado das Forças Armadas está nos Açores, onde participou na celebração do 26º aniversário do Comando Operacional dos Açores e, esta tarde, presidiu à Eucaristia no Seminário de Angra.
“Os Açores não são uma periferia de Portugal; são a sua parte dianteira de Portugal” afirma D. Rui Valério lembrando que esta premissa é válida em matéria de defesa mas também de ataque.
“O arquipélago é determinante para a defesa de Portugal e da Europa. Por isso considero que não se trata de uma periferia mas de uma parte avançada do nosso território, absolutamente fundamental”, afirmou ao Igreja Açores, lembrando que nesta parcela do território nacional “estão sediados meios de alto gabarito e de grande valia e qualidade” esclareceu ainda.
“O que se passa aqui tem impacto em todo o lado. Temos dois espaços únicos e essenciais do ponto de vista estratégico: o espaço de água e o espaço aéreo. São os principais meios por onde atravessa uma perspetiva de defesa e de ofensiva” refere o prelado lembrando que este arquipélago “é fundamental para a defesa estratégica e de afirmação do espaço português”.
Esta visita, prossegue, é “uma maneira de vivermos com uma intensidade institucional uma ligação entre Açores e o Continente, sentindo-nos uma só pátria, uma só nação e um só povo” .
“Esta união tem como base a vivência da fé e serve para dizer que a igreja não é apenas uma companhia; ela situa-se ao nível dos alicerces da própria nacionalidade e, por isso, tudo o que diz respeito ao ser da nação inclui necessariamente a presença da Igreja”, concluiu.
Esta quarta-feira, o prelado das Forças Armadas visitou o Seminário Episcopal de Angra e presidiu à Eucaristia, com os seminaristas.
D. Rui Valério, de 53 anos, sucedeu a D. Manuel Linda, atual bispo do Porto, na liderança na diocese das Forças Armadas.
Rui Manuel Sousa Valério, o novo responsável pelo Ordinariato Castrense em Portugal, é natural da Urqueira, no Concelho de Ourém, e conta no seu percurso com vários anos de serviço junto das forças militares, neste caso da Marinha Portuguesa.
Entre 1992 e 1993 foi capelão militar no Hospital da Marinha, serviço que assumiu também na Escola Naval, de 2008 a 2011.
Foi no início da década de 90 que D. Rui Valério professou os seus votos perpétuos, dentro da congregação dos Padres Monfortinos, e foi ordenado padre, em Fátima, a 23 de março de 1991.
Como sacerdote, esteve nas paróquias do Concelho de Castro Verde, na Diocese de Beja, primeiro como coadjutor, de 1993 a 1995, e depois como pároco, de 2001 a 2007.
Foi também coadjutor na Paróquia da Póvoa de Santo Adrião, no Patriarcado de Lisboa, de 1996 a 2001 e nomeado pároco em 2011, missão que exercia antes de ser agora nomeado bispo.
A ordenação episcopal de D. Rui Valério teve lugar no dia 25 de novembro, no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, e foi feita em conjunto com a ordenação de D. Daniel Henriques, recentemente nomeado pelo Papa como bispo auxiliar para o Patriarcado de Lisboa.
Recorde-se que em 2016, durante o Jubileu da Misericórdia, o novo bispo das Forças Armadas e das Forças de Segurança foi um dos 1071 sacerdotes enviados pelo Papa Francisco como “missionário da misericórdia” às comunidades de todo o mundo.
(Com André Furtado)