Bispo coadjutor de Angra diz que a Cáritas é “a expressão da caridade da comunidade cristã”

Prelado preside à missa de encerramento da Semana da Cáritas, com a presença da imagem da Virgem Peregrina

Há uma necessidade de um “maior envolvimento” na ação em  instituições e organizações que prestam assistência aos mais desfavorecidos como a Cáritas porque “é a expressão da caridade da comunidade no mundo”, disse esta manhã o Bispo coadjutor de Angra durante a homilia da missa de ação de graças da Cáritas, celebrada na Sé de Angra, e que assinalou o encerramento da Semana Nacional.

“Temos necessidade de conhecer melhor a Cáritas, de nos implicarmos mais na sua acção, de a reconhecermos como manifestação do amor da comunidade cristã e por isso de nos comprometermos mais na resolução dos seus projectos e contribuindo para as suas iniciativas em favor dos mais necessitados”, disse D. João Lavrador.

“Já todos ouvimos falar da Cáritas”, “vemos nela uma instituição que toma visibilidade quando nos deparamos com catástrofes humanitárias ou necessidades de socorro imediato a vitimas”, no entanto, “a vastidão do seu trabalho e a relação que devemos manter com esta instituição já escapa a muitos de nós”, disse.

E prossegue: “a Cáritas como instituição da Igreja integra-se na vida e na acção da mesma Igreja e pertence à comunidade cristã de cada diocese”, pelo que “é a expressão da caridade da comunidade cristã” e deve “ser apoiada” para que possa ser “no meio do mundo a expressão concreta do amor de Deus pelos mais excluídos”.

“A Cáritas é nossa” e, portanto, “quanto mais fizermos por ela mais ela pode fazer pelos mais necessitados” sublinhou o prelado, lembrando que não “bastam boas intenções”.

“É necessário que façamos um esforço para colocar os nossos bens materiais ao serviço da Cáritas; temos de ser generosos porque a Cáritas ajuda muita gente ao longo do ano e precisa de recursos”.

Neste terceiro domingo da Quaresma, em que os açorianos se despedem da Virgem Peregrina de Fátima, justamente na Sé de Angra, igreja jubilar diocesana, o prelado lembra que a liturgia não podia estar mais “interligada”.

“ Trata-se de um dia dedicado a reflectir, a rezar e a contribuir para a Cáritas: interligam-se, deste modo, a caminhada quaresmal de renuncia, renovação, conversão e partilha, e a atenção privilegiada que nos merecem as situações de pobreza reinantes na nossa sociedade”, sublinhou.

Prosseguindo a catequese, D. João lavrador referiu que “o apelo ao arrependimento, à renovação e a dar fruto que nos vem da Liturgia deste domingo desembocam na expressão do amor. Porque só o amor é gerador de esperança e por isso, só nele encontramos a vida que dá fruto e fruto em abundância”.

Numa palavra, acrescentou, “que ninguém se coloque de fora da caminhada de renovação e de encontro com Deus” pois como “continuamos hoje a necessitar das obras de penitência, da luz nova de Jesus e da humildade de coração para nos integrarmos na caminhada que no deserto da vida descobre os sinais da presença de Deus e nos faz vislumbrar o sentido pleno da nossa existência”. E, deixou um apelo em jeito de desafio aos cristãos.

“É preciso ler os sinais dos tempos” e “ajudar os homens e as mulheres da nossa sociedade a sentirem quão vazia é a sua vida”, sem obras e sem disponibilidade para o compromisso com Deus.

“Tal como acontecia com a figueira da narração do Evangelho, pertence-nos a nós, a cada baptizado cuidar da vida humana para que ela dê fruto, seguindo o exemplo do vinhateiro do Evangelho”.

Por fim insistiu numa mensagem que desenvolveu ao longo das várias celebrações a que presidiu durante a visita da imagem da Virgem Peregrina de Fátima, que este domingo sai da diocese lembrando que “é um milagre sempre novo que a misericórdia divina possa irradiar-se na vida de cada um, estimulando o amor ao próximo e animando aquilo que a tradição da Igreja chama as obras de misericórdia corporal e espiritual”.

Esta celebração encerra também a Semana da Cáritas sob o lema mundial “Cáritas: Coração da Igreja no mundo”. A Cáritas tem presença em praticamente todas as ilhas dos Açores, embora seja na Terceira e em São Miguel que mais expressão tem. Esta sexta feira para além do peditório em cada ilha, decorreu em Angra um concerto solidário de Angariação de Fundos.

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