D. António de Sousa Braga convida cristãos açorianos a serem “misericordiosos como o Pai”
O Bispo de Angra abriu este domingo a Porta Santa na Catedral de Angra, a Igreja da Sé, na cidade património, num dia em que convidou todos os açorianos a redescobrirem a presença de Deus e a sua ternura como Pai, neste ano jubilar.
“Atravessar a Porta da Misericórdia é um gesto altamente simbólico, que deve ter consequências práticas na vida” disse D. António de Sousa Braga que desafiou os açorianos a uma reflexão sobre “o que devem fazer com a sua vida”.
O prelado diocesano que esteve acompanhado do Bispo Coadjutor e do clero da ilha Terceira, lembrou que neste domingo, terceiro do advento, vive-se a alegria da “expetativa e da esperança” porque Jesus está prestes a chegar e apesar da pobreza da gruta de Belém, de onde veio, “vem para nos salvar” e para que “tenhamos vida em abundância”.
No entanto, acrescenta, “diante da Porta Santa” também “é-nos pedido para sermos instrumentos de misericórdia” e “quem foi batizado sabe ter uma obrigação maior”, prosseguiu.
“A `Porta Santa’ é um símbolo muito expressivo. Se, por um lado, permite a entrada, também é a abertura por onde se sai para o mundo, ambiente onde o cristão tece habitualmente a sua existência e que deve fermentar com a verdade do Evangelho”, lembrou o Bispo de Angra sublinhando que esta porta, e todas as outras portas santas abertas hoje na diocese – 22- “será, pois, uma Porta da Misericórdia, onde qualquer pessoa que entre, poderá experimentar o amor de Deus, que consola, perdoa e dá esperança”.
“Eis o sentido e o forte simbolismo da nossa entrada na Sé Catedral pela Porta da Misericórdia, para receber, de forma gratuita, a vida com abundância”, o que para o prelado diocesano é “um convite à alegria” pois começa “o tempo do grande perdão”, que é o Jubileu da Misericórdia e também “um convite ao compromisso de acolher e testemunhar um amor que vai para além da justiça, e não conhece fim”.
E, neste tempo, D. António de Sousa Braga exorta os açorianos a serem “misericordiosos como o Pai”, o que implicará “olhar para Cristo, que veio ao mundo, não ser servido, mas para servir e dar a vida”.
“Precisamos sempre de contemplar o mistério da misericórdia que é fonte de alegria, de serenidade e de paz. E condição da nossa salvação” disse D. António de Sousa Braga desafiando os açorianos a “serem sinal eficaz do agir do Pai”.
Citando o papa Francisco na Bula de proclamação do Jubileu da Misericórdia- Misericordiae Vultus- o responsável pela igreja católica dos Açores pede que, neste Ano Jubilar, “se faça eco da Palavra de Deus que ressoa, forte e convincente, como uma palavra e um gesto de perdão, apoio, ajuda, amor. Que ela nunca se canse de oferecer misericórdia e seja sempre paciente a confortar e perdoar”.
Na sequência da abertura da Porta Santa da Sé de Angra (uma das portas laterais que não abria há 15 anos), D. António de Sousa Braga referiu ainda a alegria que marca a celebração deste terceiro domingo do advento- tempo de preparação para o Natal no calendário litúrgico da Igreja Católica- e que permite ao ser humano “olhar o futuro com serenidade”.
A Porta Santa foi aberta depois de uma celebração na Igreja do Colégio de onde saíram em procissão os dois prelados e o clero, bem como os fieis que quiseram juntar-se a este momento, animado pelo Seminário de Angra e pelos diferentes grupos de jovens ligados à pastoral juvenil na ilha Terceira.
Este domingo abriram-se 23 portas santas em todas as ouvidorias da diocese, entre elas a porta santa em cada um dos cinco santuários diocesanos. Durante este ano santo foram decretadas peregrinações sagradas jubilares as romarias quaresmais de São Miguel, Terceira e Graciosa.
A prática da peregrinação está ligada à indulgência jubilar que exige a celebração do sacramento da reconciliação, a comunhão eucarística, a oração pelo Santo Padre e a contrição perfeita.