Nota Pastoral do bispo de Angra destaca 400 anos do martírio do padroeiro da diocese
O exemplo do beato João Baptista Machado “ deve despertar-nos para as condições da evangelização que nos interpela a um autêntico itinerário de santidade e à entrega total de cada um de nós” afirma numa nota pastoral o bispo de Angra, a propósito dos 400 anos do martírio do padroeiro da diocese insular.
Intitulada “Evangelizar pelo Testemunho”, a nota pastoral destaca “a escola de santidade” que o comportamento deste mártir açoriano deve estimular em toda a comunidade insular.
“Maravilhoso exemplo que deve estar vivo na nossa comunidade diocesana” frisa D. João Lavrador lembrando que sendo uma comunidade de discípulos missionários, “Pertence-nos a nós, hoje, impulsionar uma evangelização profunda do mundo onde vivemos”.
Completam-se este ano 400 anos do martírio do Beato João Baptista Machado, padroeiro da diocese de Angra, uma data que é lembrada, de resto com um colóquio que se realiza entre os dias 26 e 27 de maio, em Angra do Heroísmo, que reunirá investigadores e clero numa análise à obra e vida deste mártir cristão.
Nascido e baptizado em Angra, em 1580, ingressou na Companhia de Jesus e foi ordenado sacerdote em Goa. Enviado para o Japão juntamente com outros companheiros, aí receberia a coroa do martírio a 22 de Maio de 1617, sendo beatificado pelo Papa Pio IX, em 1867.
Sendo o padroeiro da diocese de Angra, “torna-se não apenas intercessor mas também modelo de santidade, a primeira e universal vocação de todos os cristãos”.
Na nota pastoral, o bispo de Angra lembra que estamos também perante um mártir.
“Num contexto concreto e num tempo determinado, foi desafiado acerca da verdade da fé em Jesus Cristo” refere o bispo de Angra lembrando que “nunca hesitou tal era a sua convicção que nasceu do encontro de vida com Cristo, de tal modo que aceitou a prova mais sublime da verdade em que assenta a sua fé, oferecendo-se em sacrifício, no martírio, unido à Páscoa de Jesus Cristo”.
O Beato João Baptista Machado foi enviado para o Japão em missão evangelizadora.
“Realmente, evangelizar em profundidade exige a comunhão de vida com Cristo que se alcança pela santidade e pela entrega total, mesmo chegando ao martírio”, refere o bispo de Angra que destaca ao longo da nota pastoral que é pelo testemunho, “pelo seu comportamento”, que os cristãos devem e podem evangelizar.
Na nota o bispo de Angra agradece ainda a todos os cristãos “que no tempo actual continuam a ser testemunhas de Cristo através do martírio” e que se “entregam a Cristo, em caminhada de santificação das suas vidas e na oferta dos seus sofrimentos para a evangelização da nossa diocese”, mesmo que “esta comporte marcas martirizantes”.