Vigário geral da diocese de Angra preside à celebração dos 120 anos da CEM
O sucesso da Caixa Económica da Misericórdia (CEM) de Angra do Heroísmo, que acaba de completar 120 anos, deve-se à sua “proximidade”, “humanidade” e “vertente social”, disse o Cónego Hélder Fonseca Mendes na celebração dos 120 anos da instituição bancária.
Aproveitando o momento que a banca atravessa e sobretudo as notícias relacionadas com a existência de paraísos fiscais, o Vigário Geral da Diocese, que representou o bispo de Angra nesta cerimónia, lembrou que esta instituição bancária, pelo seu perfil cristão”, “tem um rosto”.
“A sua inspiração e filiação na Misericórdia dá-lhe uma marca tónica, de patente ou chancela difícil de igualar, e que deverá resistir à devoração abstratizante da atividade económica e financeira em paraísos desconhecidos”, afirmou o responsável eclesiástico.
Lembrando a necessidade de haver sempre um compromisso entre os estatutos da CEM e o seu papel social, o sacerdote afirmou, ainda, que a Caixa “não existe como autorreferencia, para si mesma, mas como entidade anexa ou relativa à obra da Santa Casa da Misericórdia. Eis o segredo ou a grandeza da sua longevidade”.
“No caso em apreço, a atividade é humana e social, tem rosto: não só o da casa mãe, mas também o rosto dos seus administradores, colaboradores e dos utentes, que depositam não só os seus valores materiais, mas também a própria confiança, resultado do seu trabalho”, prosseguiu.
O Vigário geral da diocese de Angra lembrou que a actividade bancária “é nobre” desde que se mantenha “fiel aos princípios e fins fundacionais, sem se escapar às exigências da regulação necessária, quando se trata de gerir os bens próprios e alheios, para os fazer render em ordem ao bem comum”, disse ainda.
Depois referiu-se à exortação apostólica do papa Francisco “A Alegria do Evangelho” para lembrar as palavras do Papa sobre “a economia que mata” e as dificuldades que hoje o homem tem para “líder com questões de natureza financeira”, citando abundantemente este documento do papa Argentino.
Por fim deixou um apelo a todos os responsáveis no sentido de nunca deixar “esgotar a misericórdia, a que a Irmandade está chamada a exercer continuamente. O combate à solidão, por exemplo, está por fazer, mesmo com a justiça cumprida”.
A CEM acaba de fazer 120 anos e é o único banco detido por uma Misericórdia no país.