A autoridade e a questão dos abusos foram alguns dos temas nas intervenções desta quinta-feira e manhã de sexta
O prefeito do Dicastério para a Comunicação (Santa Sé) destacou hoje aos jornalistas dos trabalhos na assembleia sinodal, na manhã de hoje e na tarde desta quinta-feira, o papel dos bispos e a corresponsabilidade dos leigos na Igreja.
Paolo Ruffini, presidente da Comissão de Informação, disse que a autoridade é “exercida com os pés descalços”, referindo-se em particular a uma das expressões mais significativas usadas na sala, acrescentando que quem “tem autoridade não deve controlar tudo, mas ter a capacidade de delegar”.
Neste contexto, acrescentou que o bispo “tem a última palavra, mas não a única”, informa o ‘Vatican News’.
Na conferência de imprensa, desta sexta-feira, dia 20 de outubro, sobre os trabalhos da assembleia do Sínodo falaram sobre o papel dos bispos e a corresponsabilidade dos leigos na Igreja, da autoridade vivida como serviço.
O prefeito do Dicastério para a Comunicação explicou que o compromisso em “evitar o autoritarismo” foi reafirmado e que “autoridade não é dominação, mas serviço”, corresponsabilidade é uma das palavras que mais repetidas nos discursos e é entendida como “o envolvimento e a coordenação dos carismas”.
A autoridade e a questão dos abusos foram alguns dos temas abordados nas intervenções da 13ª (341 pessoas presentes) e da 14ª (343 presentes) Congregação Geral, realizadas na tarde desta quinta e na manhã desta sexta, com a modalidade dos Círculos Menores seguidas das intervenções livre.
Na conferência de imprensa, a secretária da Comissão de Informação explicou que havia nos trabalhos alertaram para o clericalismo, mesmo entre os leigos, porque “tem levado a abusos de poder, de consciência, económicos e sexuais”.
Segundo Sheila Pires, abusos que fizeram com que a Igreja “perdesse credibilidade”, e a sinodalidade “pode ajudar a evitar abusos porque é um processo que tem a ver com a escuta e o diálogo”.
Esta responsável referiu que também que foi assinalada a urgência de reforçar as estruturas já existentes, como os conselhos pastorais, tendo cuidado para não ceder aos desvios parlamentaristas.
Segundo as intervenções, também deve-se prestar atenção “ao grito daqueles que sofrem nas ruas”, entre os tópicos discutidos esteve “o papel dos pastores no serviço aos pobres”, no estilo da oração presidida pelo Papa Francisco pelos migrantes e refugiados, na noite desta quinta-feira, na Praça de São Pedro.
“Os bispos devem pedir a conversão do coração para que os sentimentos de humanidade sejam reavivados naqueles que, com o tráfico de armas, contribuem para a ‘terceira guerra mundial’ que causa sofrimento a milhões de pessoas.”
A secretária da Comissão de Informação comentou ainda a questão de estar presente ao lado dos jovens no ambiente digital, lugar de missão para aproximar os que estão nas periferias, concluindo que se trata de encontrar esses jovens onde eles já estão, ou seja, nas diversas redes sociais, divulga o ‘Vatican News’.
Há uma semana, no dia13 de outubro, o relator-geral da XVI Assembleia Geral do Sínodo, cardeal Jean-Claude Hollerich, apelou ao desenvolvimento de um trabalho de inclusão, para “todos”, na Igreja, ao inaugurar a segunda fase dos trabalhos, iniciados no dia 4; os participantes assumiam o mundo digital como “novo território de missão”.
Sobre reformas, nos trabalhos da assembleia sinodal falaram sobre as mudanças necessárias para alcançar maior transparência nas estruturas financeiras e económicas; da revisão do Direito Canónico e de alguns “títulos” que se tornaram anacrónicos.
O presidente da Comissão de Informação, Paolo Ruffini, também esclareceu, quanto ao número de participantes na assembleia do Sínodo dos Bispos que são 365 com o Papa Francisco, lembrou as diferentes formas de participação, e destacou que, no total, outras dezenas de pessoas estão envolvidas, alimentando o número para 464, mas esta presença não é contada nas comunicações oficiais.
(Com Ecclesia)