Enquanto o mundo olha para Gaza e para o conflito de Israel com o Hamas, agora com um período de tréguas indeterminado, os jihadistas no Iraque continuam em ação.
O auto denominado Estado Isalâmico do Iraque e do Levante (ISIS) já domina uma área no Iraque e na Síria maior que o Líbano e a Jordânia juntos. E os seus líderes governam com base no terror.
Portais de notícias curdos e árabes relatam inúmeras execuções e, segundo as Nações Unidas, cerca de 400 mil pessoas foram expulsas da região, entre muçulmanos e cristãos, vistos todos, sem exceção como “infiéis” pelos extremistas.
O que se está a passar no Iraque não é uma sublevação sunita face ao regime xiita do primeiro-ministro iraquiano Nour al-Maliki, nem estamos a falar de simples rebeldes, a exemplo do que se passa com os separatistas pró-russos da Ucrânia.
São terroristas puros e duros, que se dedicam a todo o tipo de contrabando para sobreviver e que instituíram um regime fundamentalista islâmico, que mata civis indiscriminadamente só porque são considerados infiéis, por fazerem uma leitura diferente do islão.
Quando começou a revolta na Síria, aproveitaram-se da guerra sectária, entre rebeldes sunitas e o poder xiita, para se colocarem do lado dos primeiros, que no início, aceitaram de bom grado esta ajuda. Passaram então a intitular-se como ISIS ou Estado Islâmico do Iraque e do Levante/Síria.
Nesta mesma altura, países vizinhos do Iraque, nomeadamente a Turquia, a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos ou o Qatar, começaram a fornecer armas à oposição de Bashar al-Assad, não se certificando sobre quem estariam a ajudar.
Quando os EUA e a UE decidiram também intervir, caíram no mesmo erro e, de repente, o ISIS é só a força mais poderosa a combater na Síria e controla hoje um território vastíssimo, semeando o terror.
Hoje, ninguém escapa à “lei” da decaptição.
Este avanço do ISIS, às portas da Europa, é preocupante, porque mostra a impunidade com que um grupo de terroristas, em nome da religião, comete as maiores atrocidades.
Quem é capaz de deter o terror do ISIS?
A tolerância não se pode confundir com a aceitação de violência e ódio.
O vídeo que os serviços secretos norte americanos fizeram de contra propaganda aos de terror que os jihadistas colocam a circular, não é solução. Tal como não é solução anunciar que os seals falharam o alvo, como foi o da libertação de James Foley, o jornalista norte americano degolado por um jihadista inglês, recrutado via internet, que se converteu sabe-se lá porquê.
O terreno do autodenominado ISIS não é um filme do Stallone, feito Rambo, onde as tropas americanas de elite desembarcam para, heroicamente, libertarem os justos e esmagarem os maus.
A propaganda e a contra propaganda nunca chegaram para popupar vidas e promover o respeito e a tolerância. A única forma de liquidar o “Estado Islâmico” é através de uma ação militar…como o próprio Papa Francisco já admitiu. E, já agora, “condenando-o” à não existência na sociedade da informação.