Assembleia Pastoral das Flores sublinha necessidade de formação e de uma pastoral dinamizada a partir dos ministérios laicais

Palavra, Liturgia e Acção sócio-caritativa foram as grandes áreas abordadas pelos serviços e movimentos representados na reunião

 

Foto: Igreja Açores/CR

Decorreu esta quarta-feira no Centro Cultural de Santa Cruz a Assembleia Pastoral da ouvidoria das Flores, reunindo cerca de 40 representantes de serviços- evangelização e catequese, família, juventude e liturgia e movimentos (apenas dois estão ativos: Cáritas e CNE), mobilizadores da pastoral da Igreja, que envolve cerca de 200 agentes em toda a ilha.

Além do ponto de situação da realidade pastoral da ilha, que se debate com o problema da saída dos jovens (que muitas vezes ao saírem da ilha deixam três ou mais serviços sem resposta), com o envelhecimento dos agentes de pastoral e a progressiva indiferença religiosa, os membros da Assembleia elegeram a formação como um dos principais desafios, embora, nalguns casos, como na catequese, seja necessário um novo modelo de coordenação que seja assegurada por leigos. O mesmo se pede para a juventude e para a pastoral sócio-caritativa.

Na área da liturgia, onde há mais pessoas envolvidas, mas também muitas delas já idosas, foi deixado um desafio no sentido de se criar o ministério do acolhedor e envolver adultos no ministério de acólito, sobretudo casais que possam testemunhar o valor do serviço ao altar.

Foi, ainda, deixado um apelo para um maior aproveitamento da religiosidade popular, nomeadamente no que respeita às festas paroquiais dos padroeiros e do Divino Espírito Santo, em que os jovens ainda colaboram. Segundo os responsáveis são , momentos propícios para a evangelização, aproximando os jovens da Igreja. Neste capítulo sugeriu-se uma maior adaptação dos calendários das festas locais de forma a evitar-se a sobreposição de muitas delas.

Também na pastoral da Família, que neste último ano, deu passos importantes para a sua consolidação territorial na ilha das Flores, há o desejo de tornar este sector da pastoral como um dos mais relevantes dado que é a família que se assume como “igreja doméstica” e espaço privilegiado de evangelização, como referia esta tarde, na celebração a que presidiu na paróquia da Caveira, uma das pontas do concelho de Santa Cruz, o bispo de Angra.

“Os pais são os principais missionários evangelizadores porque são eles os que melhor falam o dialecto do amor” referiu D. Armando Esteves Domingues.

“A realidade da Família hoje é diferente e nós temos de saber acolher, entender e integrar, cientes do modelo sacramental que defendemos”, refere o responsável Sérgio Ferreira, do casal responsável pela pastoral familiar.

Este ano foram desenvolvidos dois CPM´s, mas o sacramento do matrimónio, em crise em tantos lugares, parece ser mais profundo nas Flores, onde em dois anos- 2023 e 2024- se realizaram apenas dois casamentos.

No final desta Assembleia, o bispo de Angra apelou a uma reformulação pastoral a partir dos ministérios laicais.

“Vim encontrar-vos e visitar-vos. Como o Papa chamou tanta gente de tanta parte do mundo para exercitar a escuta recíproca também nós estamos  aqui a escutar-nos e a discernir o que Espírito nos vai dizendo”, disse D. Armando Esteves Domingues.

“O dinamismo laical depende da unidade com o pastor.  Mas a dinamização pastoral passa pelos leigos e pela sua organização porque o dinamismo pastoral obtém-se através dos ministérios laicais. Quanto mais leigos estão empenhados maior será o dinamismo das comunidades e isso é visível no que diz respeito a religiosidade popular” prosseguiu D. Armando Esteves Domingues.

“Eu conto muito convosco;  vocês estão a ser pioneiros para muitas zonas da diocese” acrescentou dizendo que o que se passa aqui nas Flores tem a ver com o que se passa em Roma.

“Estamos a escutar-nos. Oxalá o Espírito Santo possa iluminar os padres e leigos sinodais tal como nos está a orientar aqui”.

A Visita Pastoral às Flores do Bispo de Angra, esta quinta- feira, passa sobretudo pelo concelho das Lajes.

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