Encontro de oração na Praça de São Pedro dedicado à relação entre dinheiro e solidariedade
O Papa Francisco disse hoje no Vaticano que os católicos devem “transformar bens e riquezas em relacionamentos”, seguindo os ensinamentos de Jesus Cristo, que rejeitava a idolatria do dinheiro.
“As pessoas valem mais do que as coisas e contam mais do que a riqueza que possuem”, declarou, desde a janela do apartamento pontifício, antes da recitação dominical da oração do ângelus.
Perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro, num dia de chuva, Francisco observou que a riqueza pode levar a “erguer muros, criar divisões e discriminar”, e que Jesus, pelo contrário, convida os seus discípulos a “mudar de rumo”.
A intervenção partiu da passagem do Evangelho de São Lucas lida nas igrejas católicas de todo o mundo, neste domingo, a chamada parábola do “administrador desonesto”, que antes de ser demitido, chama os devedores do seu patrão para lhes reduzir as dívidas e ganhar a sua amizade.
“Isto é fazer-se amigo da corrupção, como infelizmente acontece ainda hoje”, apontou o Papa.
A intervenção assinalou que a “riqueza desonesta” é o dinheiro, “também chamado de ‘esterco do diabo’ – e, em geral, bens materiais”.
“Na vida, frutificam não aqueles que têm muitas riquezas, mas aqueles que criam e mantêm muitos vínculos, muitos relacionamentos, tantas amizades através das diferentes riquezas, isto é, os diferentes dons com os quais Deus nos dotou”, destacou o pontífice.
Francisco disse que é necessário “transformar riquezas em instrumentos de fraternidade e solidariedade”, com a sabedoria de “quem se reconhece como filho de Deus e se põe em jogo pelo Reino dos Céus”.
“Que a Santíssima Virgem nos ajude a ser astutos, garantindo-nos não o sucesso mundano, mas a vida eterna, para que, no momento do julgamento final, as pessoas necessitadas que ajudamos possam testemunhar que nelas vimos e servimos ao Senhor”, declarou.
( Com Agência Ecclesia)