Projeto da Cáritas esteve em cima da mesa na última reunião do Conselho Geral da organização católica este fim de semana em Beja.
A Cáritas Portuguesa vai implementar ao longo deste ano uma “plataforma de partilha de bens doados”, um projeto que pretende reforçar o leque de valências destinadas a ajudar as populações mais atingidas pela crise.
A rede “Dar e Receber” foi um dos assuntos abordados na última reunião do Conselho Geral da organização católica, que decorreu em Beja entre sexta e domingo.
Segundo o comunicado final do encontro, enviado à Agência ECCLESIA, a Comissão para a Cidadania da Cáritas Portuguesa está “a construir uma candidatura de financiamento” que permita estender a plataforma a todas as dioceses e paróquias interessadas.
Durante a reunião do Conselho Geral da Cáritas, o presidente Eugénio Fonseca salientou que apesar de estar perto o “fim do programa de assistência económica e financeira” a Portugal, a “cooperação, união e partilha de recursos” que tem marcado a sociedade nacional não pode abrandar.
É fundamental “reforçar” esses esforços, no sentido de assegurar e manter “a autonomia económica e social dos cidadãos”, apontou.
Na eucaristia de encerramento do encontro do Conselho Geral, na Sé de Beja, o bispo local, D. António Vitalino lembrou as muitas pessoas que na sociedade portuguesa “se sentem excluídas, abandonadas de tudo e de todos”, em particular “os idosos entregues à solidão, jovens sem trabalho e sem rumo, famílias sem pão e sem trabalho, e as “vidas sem dignidade”.
“Num tempo em que as desigualdades se acentuam, e a condição de vida de uma grande parte das pessoas se degrada, num tempo em que as pessoas contam menos do que o equilíbrio financeiro, é preciso enaltecer a prática efetiva do amor pleno; garantir o total respeito pelo outro em todos os seus direitos fundamentais. As pessoas estão primeiro que tudo”, frisou o prelado
Além da rede “Dar e Receber”, a Cáritas apresentou recentemente outro projeto, intitulado “Criatividade – Franchising Social potenciado pelo Marketing Social”.
Trata-se de uma alternativa “que visa apoiar pessoas em situação de desemprego que apresentem uma ideia para a criação do seu próprio posto de trabalho através de experiências de empreendedorismo”.
Os responsáveis da Cáritas Portuguesa refletiram ainda sobre a semana nacional e o peditório público deste ano – cujos resultados ainda estão a ser apurados – “sublinhando a importância de reforçar a relação com a sociedade civil”, para que esta perceba claramente “o impacto” que os donativos podem ter “na atividade diária” da organização, junto dos mais desfavorecidos.
No plano internacional, a par da análise de projetos que decorreram ou que estão ainda a decorrer, como por exemplo no Sri Lanka, no Haiti e nas Filipinas, a Cáritas vai colaborar com a sua congénere de Jerusalém, “ no sentido de conseguir um apoio, na área da saúde, à população mais pobre da Palestina”.
Em cima da mesa está ainda a recolha de contributos, ao nível das Cáritas diocesanas, no sentido de preparar propostas que possam contribuir para a preparação do Sínodo Extraordinário sobre a Família, que o Vaticano vai acolher no próximo mês de outubro.