Iniciativa decorreu no âmbito da Semana Cultural da Vila de São Sebastião
Esta noite um padre- padre José Júlio Rocha-, um jornalista- Armando Mendes-, uma aluna- Sandra Garcia-, um escritor- Álamo Oliveira- e um familiar- Dionísio de Sousa- estiveram à conversa sobre as diversas facetas do padre Coelho de Sousa, cujo centenário do nascimento se assinala este ano.
De manhã foi inaugurada uma exposição alusiva à vida do sacerdote que foi diretor do jornal diocesano A União, e lançado um selo comemorativo do seu nascimento.
A homenagem à noite, que teve lugar na Casa do Povo de São Sebastião, lembrou o homem que além de sacerdote foi jornalista e escritor.
Manuel Coelho de Sousa, natural de São Sebastião frequentou o seminário de Angra a partir de 1937, tendo sido ordenado a 20 de Junho de 1948. Posteriormente, tentou prosseguir os estudos de Filologia Hispânica, em Salamanca (1962), mas abandonou-os por motivos de saúde. Para além do exercício da função sacerdotal, desde 1963, na freguesia onde nasceu, foi professor de língua portuguesa no Seminário Colégio Padre Damião, na Praia da Vitória, e no antigo liceu de Angra. Como jornalista, deixou vasta colaboração em suplementos literários e dirigiu, também, o jornal católico A União, primeiro como chefe de redação, entre 1956 e 1962 e depois como diretor-adjunto, em 1976, ficando depois a dirigi-lo até 1994. Deixou algumas obras publicadas, com destaque para a poesia com “Cadernos do Pensamento” (1979), “”Três de Espadas” (1979), “Na Rota da Emigração Amiga” (1983), “Migalhas” (1987), “Boa Nova” (1994) e “Testamento Poético” (2013, obra póstuma, coletânea de inéditos editada por Dionísio Mendes de Sousa). Escreveu, igualmente, algumas peças de teatro representadas por grupos locais como o auto «Ao mar», levado à cena no centenário henriquino, «Angústia», drama em dois atos, «Promessa», teatro regional, e «Intriga Azul e Branca», teatro crítico. Proferiu, também, várias palestras no Rádio Clube de Angra, estação que dirigiu durante algum tempo. Destacou-se no seio do clero terceirense, pela sua fluência e força espiritual, o que o levou até junto das comunidades da América e Canadá. Tem um busto seu junto à Igreja, uma iniciativa da Junta de Freguesia.