Pela primeira vez em 40 anos a diocese volta a ter dois bispos
A Diocese de Angra vai iniciar o novo ano animada pela visita da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima, que se inicia no dia 7 de janeiro, na ilha de Santa Maria, e que constituirá uma oportunidade para o novo Bispo Coadjutor conhecer as diferentes comunidades paroquiais espalhadas pelas nove ilhas.
A Imagem chega aos Açores acompanhada pelo reitor do Santuário de Fátima, Pe Carlos Cabecinhas, e será recebida por dois prelados, uma situação que já não se vivia na diocese há mais de 40 anos, depois de D. Aurélio Granada Escudeiro ter sido bispo auxiliar de D. Manuel Afonso Carvalho, na década de 70.
Nas orientações Diocesanas de Pastoral, intituladas “Misericordiosos como o Pai”, o Bispo de Angra, D. António de Sousa Braga, sublinha a importância da visita da Imagem Peregrina à Diocese.
“ Em Janeiro e Fevereiro de 2016 recebemos, de braços a abertos, a visita da imagem peregrina de Nossa de Fátima, que, em 100 anos, visita, pela terceira vez, as ilhas dos Açores”, diz o prelado destacando que “a visita requer uma boa preparação, acolhimento e celebração”, com um especial empenho “do Movimento da Mensagem de Fátima, da Legião de Maria e demais movimentos marianos que são chamados, em cada ilha, a envolverem-se nesta dinâmica para o cumprimento da missão apostólica da visita”.
“As nossas comunidades sairão muito enriquecidas com esta presença, de profecia e de esperança, que se há de refletir na pastoral familiar, juvenil e vocacional”, conclui o prelado.
A Imagem que percorre as ilhas entre 7 de janeiro e 28 de fevereiro será acompanhada pelo Bispo Coadjutor de Angra, D. João Lavrador que só não estará presente nas visitas às ouvidorias de São Jorge e Graciosa (de 14 a 21 de fevereiro) por se encontrar a participar no retiro dos bispos portugueses em Fátima.
A Diocese de Angra é a diocese portuguesa onde a imagem permanecerá mais tempo e por isso receberá a segunda imagem de Nossa Senhora, a mesma que estava prevista para visitar a Síria.
O périplo da imagem começa na primeira ilha descoberta nos Açores, Santa Maria e onde foi erguida aquela que se julga ser a segunda igreja mais antiga dedicada a Nossa Senhora de Fátima, depois da de Fátima. A Imagem sai pela Terceira, depois de permanecer os últimos dois dias da visita (27 e 28 de fevereiro) ao arquipélago na Sé de Angra, igreja jubilar por excelência neste Ano Santo da Misericórdia que a diocese pretende assinalar “de uma forma muito concreta”, diz D. António de Sousa Braga.
O prelado deverá resignar quando fizer os 75 anos, deixando o lugar para o atual bispo coadjutor, D. João Lavrador que tem, para já, um “caderno de encargos” pré definido e que se concretiza na “continuidade de um plano paradigmático e programático” que a diocese iniciou este ano, procurando ser uma igreja missionária atenta às periferias, tendo sempre como prioridade a misericórdia.
Apesar do ano passado ter sido “frutífero na identificação e caracterização das periferias” da sociedade açoriana, “isso não pode acontecer de um momento para o outro”, lembram as orientações de pastoral que insistem na urgência de “um processo, que é preciso desencadear, ao longo do tempo” que ajude “a um melhor conhecimento da nossa realidade”, diz o responsável pela Igreja católica nos Açores.
“Neste mundo em mudança, quais são as novas periferias, em que urge intervir? Não apenas com a esmola, mas desencadeando um processo de autêntica promoção humana e social”, sublinha o prelado.
“Vão nesse sentido as Orientações Diocesanas de Pastoral para 2015-2016 que apresento e aprovo, como compromisso da Diocese de pôr em movimento, nos próximos anos, este processo de uma nova saída missionária da igreja”, diz D. António de Sousa Braga.
“Esta alegria é para nós tão intensa e convincente e a saída tão necessária quanto urgente, que não se esgotam num ano pastoral. Por isso, o programa é para continuar, como «conversão missionária» interna (ad intra) e sonho missionário de chegar a todos (ad extra)”, frisa ainda o Bispo de Angra.