Atualmente apenas tem um aluno açoriano- Pe Jorge Ferreira, do Nordeste- mas já houve alturas em que estavam 4 ao mesmo tempo
A Diocese de Angra é uma das contribuintes “líquidas” para garantir o ratio da frequência portuguesa do Pontifício Colégio Português em Roma.
Desde a sua fundação em 1899, já passaram pelo Colégio mais de cinquenta sacerdotes açorianos para completar a sua formação académica seja ao nível da licenciatura seja de doutoramento.
“Em termos comparativos Angra é a diocese que teve sempre aqui mais alunos e os açorianos, geralmente, geram bom ambiente pois são gente simples, muito afável e muito próxima… cooperante… a experiência que tenho com os açorianos é muito boa”, disse ao Sítio Igreja Açores o Reitor do Colégio Português há quatro anos, Pe José Fernando Caldas, da Diocese de Viana do Castelo.
O Pontifício Colégio Português em Roma é uma instituição da Igreja católica em Portugal, que há mais de um século acolhe sacerdotes para cursos de especialização teológica nas instituições académicas locais.
Atualmente tem 30 sacerdotes, mais sete religiosas da Congregação Franciscana da Nossa Senhora das Vitórias. O atual reitor do Pontifício Colégio Português é o padre José Fernando Caldas Esteves, que trabalha também na Congregação para a Educação Católica, no Vaticano.
Questionado sobre a gestão da casa face à sua dimensão e ao decréscimo do número de alunos, o responsável da equipa reitoral lembra que “os tempos são outros”.
“A minha função é criar condições para que os padres possam ter aqui uma vida sacerdotal de fraternidade e ambiente de estudo de modo a que sejam bons padres e bons alunos”, o resto, sublinha o reitor “é como gerir uma casa de família, só que com mais de trinta pessoas”.
NO entanto, reconhece que existem constrangimentos e, um deles, reside no facto de haver cada vez menos alunos de língua portuguesa e, consequentemente, a diversidade das proveniências e o facto “de nós padres não estarmos educados para viver em comunidades… Mas, isso, mais do que um problema, constitui um desafio”, diz o Reitor.
“A relação com outras instituições do género é feita com base na existência duma associação romana que é dos colégios romanos e seminários romanos”, o que se tem mostrado “profícuo”.
Para o reitor o grande desafio passa “por ajudar a formar padres que mantenham uma atividade pastoral adequada e consigam aprofundar os seus conhecimentos teológicos e litúrgicos” de forma a que “possam estar à altura daquilo que nos é exigido pelo Papa” e pela Igreja hoje.
“É nosso desejo que o Pontifício Colégio Português seja uma autêntica comunidade presbiteral e não uma simples residência universitária para os estudantes presbíteros nem sequer um Seminário Maior. O valor da vida comunitária e o estilo de vida é proposto para uma comunidade presbiteral. A universidade é importante, mas a casa onde vivemos não é menos importante”, disse o reitor.
A admissão dos sacerdotes no Pontifício Colégio Português faz-se mediante a apresentação, por escrito dos respectivos Bispos diocesanos ou Superiores dos Institutos religiosos, enviados para aprofundar a formação teológica, filosófica ou pastoral.
Além do percurso académico, muitos fazem uma experiência de interculturalidade e de catolicidade. Alguns dos alunos já têm vários anos de vida sacerdotal e de experiência pastoral, o que por si pode proporcionar à comunidade um ambiente equilibrado de responsabilidade e maturidade humana, intelectual e espiritual.