Acolhimento e esperança são palavras-chave na exortação apostólica
O Departamento Nacional da Pastoral Familiar (DNPF) diz que a exortação apostólica ‘A alegria do amor’ resume de forma “sublime” o pontificado do Papa Francisco, na sua relação com as pessoas, as famílias e a sociedade.
“A ‘Amoris Laetitia’, é um documento profundamente maternal. Percorre, desveladamente todas as circunstâncias da vida das famílias e, para todas elas e em todas elas, há uma palavra de acolhimento, de compreensão, de esperança”, realça aquele organismo.
Num texto inserido no dossier da edição desta sexta-feira do Semanário ECCLESIA, centrado no 1.º aniversário daquele documento, Manuel Marques, um dos coordenadores do DNPF, destaca o modo como a reflexão do Papa tem reforçado nas dioceses o debate acerca da realidade e do futuro das famílias.
Uma abordagem de Francisco que era aguardada “com muita expetativa”, depois do Sínodo dos Bispos sobre a Família, e que de acordo com aquele responsável, “enriqueceu a Igreja”, gerando “comunhão, envolvimento e motivação”.
Um dos pontos mais relevados na análise à ‘Amoris Laetitia’ tem sido a forma como o Papa Francisco exorta a uma nova atitude de Igreja na relação com os casais ou famílias em situação considerada ‘irregular’ à luz da doutrina católica.
A mensagem é a de que “independentemente das fragilidades, maiores ou menores, de cada um”, a “misericórdia” de Deus está aberta a todos, “todos somos acolhidos”, sublinha Manuel Marques.
No que toca ao futuro, o DNPF reconhece que “levará o seu tempo” até que as linhas orientadoras da ‘Amoris Laetitia’ sejam totalmente assimiladas, porque “estão em causa pessoas com rotinas, hábitos, porventura desatualizadas e sobrecarregadas”.
É necessário um olhar renovado, a começar pela missão dos sacerdotes, muitas vezes “ocupados com tarefas secundárias relativamente à sua missão fundamental” e que têm de ter tempo, “delegando” se for caso disso, “para acolher, perceber, integrar” as pessoas, no fundo “humanizar o serviço paroquial”.
O DNPF recorda ainda a importância de um maior envolvimento da parte dos dos leigos, das comunidades e famílias cristas, na própria pastoral familiar.
No “acompanhamento dos casais novos”, no “avivar da importância de oferecer às famílias tempos de crescimento na fé, de melhoria de relacionamentos”, no “aprofundamento da riqueza do convívio intergeracional”, no “acompanhar, discernir e integrar as fragilidades”.
“Em suma, contribuir para fazer as famílias felizes, capazes de viverem plenamente a alegria do amor”, frisa Manuel Marques.
A exortação apostólica ‘Amoris Laetitia’, do Papa Francisco, foi apresentada publicamente a 8 de abril de 2016, na sequência de duas assembleias do Sínodo dos Bispos que a Igreja Católica dedicou aos desafios das famílias, entre 2014 e 2015.
( Com Ecclesia)