Francisco vai visitar Equador, Bolívia e Paraguai, entre 5 e 13 de julho, com atenção às culturas indígenas
O Papa Francisco parte hoje para uma viagem “maratona” ao Equador, Bolívia e Paraguai, até 13 de julho, na qual se prevê a participação de milhões de pessoas.
Francisco visitará, entre outros lugares, uma prisão de menores e um hospital, naquela que será a sua nona viagem internacional e a segunda à América Latina, com 22 discursos programados.
A chegada ao Aeroporto Internacional, onde vai ter lugar o primeiro discurso deste périplo, está marcada para as 15h00 locais (21h00 em Lisboa) de hoje, seguindo-se um percurso de oito quilómetros em papamóvel aberto.
Na segunda-feira, Francisco segue para Guaiaquil, a maior cidade do Equador, no litoral do país, onde vai presidir à Missa diante do Santuário da Divina Misericórdia, com uma multidão estimada de um milhão de pessoas, antes do almoço no ‘Colégio Javier’, dos jesuítas.
Já de regresso a Quito, tem lugar o encontro privado com o presidente da República do Equador e a visita à Catedral de Quito, cumprimentando depois as pessoas que se reunirem no local.
A 7 de julho decorre uma reunião com bispos equatorianos antes da Missa no Parque do Bicentenário (da independência), na qual vai ser entoada uma antiga melodia inca e vai ser proclamada uma leitura em Quéchua, por um leitor indígena.
À tarde há um encontro com o “mundo da Escola e da Universidade” na Pontifícia Universidade Católica do Equador e outro com representantes da sociedade civil, na igreja de São Francisco, num dia que se encerra com uma visita privada à “Iglesia de la Compañia”, jesuíta.
O programa de quarta-feira começa com uma visita à Casa de Repouso das Missionárias da Caridade, a congregação fundada por Madre Teresa de Calcutá, e um encontro com o clero, os religiosos, as religiosas e os seminaristas no Santuário Nacional Mariano “El Quinche”.
Ainda neste dia, Francisco parte rumo à capital da Bolívia, La Paz, onde se vai encontrar com o presidente e as autoridades civis, antes de seguir para a cidade de Santa Cruz de la Sierra, evitando assim permanecer muito tempo a uma altitude tão elevada; na capital boliviana, o Papa vai passar pelo local do assassinato do padre jesuíta Luis Espinal, morto em março de 1980.
O padre Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano, admitiu que Francisco siga os “costumes populares” para enfrentar o “mal de montanha” e mitigar os efeitos da altitude, bebendo uma infusão ou mastigando folhas de coca.
A 9 de julho, o Papa preside à Missa na Praça de Cristo Redentor e reúne-se com o clero e os religiosos bolivianos, antes de participar no II Encontro Mundial dos Movimentos Populares na ‘Expo Feria’.
O dia seguinte começa no Centro de Reeducação Santa Cruz-Palmasola, para jovens detidos, a que se segue um encontro com os Bispos da Bolívia na igreja paroquial La Santa Cruz e a cerimónia de despedida no aeroporto internacional Viru Viru.
Francisco parte depois para a terceira etapa da viagem, no Paraguai, chegando à capital do país para uma visita de cortesia ao presidente da República e um encontro com as autoridades civis no jardim do Palácio de los López.
O programa inclui a execução de obras musicais do tempo das “reduções” jesuítas, dos séculos XVII e XVIII.
A 11 de julho tem lugar uma visita a um hospital pediátrico, antes da Missa na praça do santuário mariano de Caacupé; à tarde, o Papa encontra-se com representantes da sociedade civil, incluindo as comunidades indígenas e camponesas, e preside depois à oração de vésperas na Catedral Metropolitana de Assunção.
O último dia da visita ao Paraguai, 12 de julho, começa numa área pobre, junto da população de Bañado Norte, e a Missa no Campo Grande de Ñu Guazú, com orações em guarani.
Francisco vai depois encontrar-se com os bispos do Paraguai e os jovens, para regressar a Roma, onde deve chegar pelas 13h45 (menos uma em Lisboa) do dia 13 de julho.
No total, o Papa vai percorrer 24730 quilómetros (equivalente a mais de meia volta ao mundo) em sete voos que totalizam cerca de 33 horas.
O único pontífice a visitar até hoje estes três países sul-americanos foi São João Paulo II, em 1985 (Equador) e 1988 (Bolívia e Paraguai).
CR/Ecclesia