Amar é ficar em casa

Pelo Pe José Júlio Rocha.

«O Senhor é meu pastor: nada me falta.
Leva-me a descansar em verdes prados,
conduz-me às águas refrescantes
e reconforta a minha alma.» (Salmo 23)
Esta é a primeira estrofe do salmo da Liturgia da Palavra deste quarto Domingo da Quaresma, Domingo “laetare”, Domingo da Alegria. Já tive oportunidade de dizer o quanto me custou não poder celebrar a Eucaristia com o meu Povo, o rebanho a que pertenço, minhas queridas paróquias da Fonte do Bastardo e do Porto Martins.
Mas o verdadeiro Pastor é Jesus que, por mais escuras que sejam as veredas, mais difíceis os caminhos, nos conduz a prados verdejantes, para descanso das nossas almas.
‘Jesus, manso e humilde de coração, leva-nos a encontrar descanso para as nossas almas, ensina-nos a transportar este fardo dos dias difíceis, do futuro incerto, quando ainda não vemos a desejada luz ao fundo do túnel. Ensina-nos a Esperança.’
No Evangelho, ouvimos a história da cura do cego de nascença. A lama que Jesus pôs nos seus olhos é o mesmo barro com que Deus criou o homem, no Génesis. Saibamos que somos pó, barro, mas barro amado. Recordo, aqui, um poema de Emanuel Félix: “Uma pedra amada por um homem não é uma pedra: é uma pedra amada por um homem”. Uma pessoa amada por Deus não é uma pessoa: é uma pessoa amada por Deus.
Ainda o barco vai a sair do porto nesta viagem difícil. O Amor com que Deus nos ama será o nosso portulano, o nosso mapa, o nosso guia de viagem.

 

Scroll to Top