Pelo Pe José Júlio Rocha.
«Caiu sobre ele o castigo que nos salva: pelas suas chagas fomos curados.» (Isaías 53, 5)
Há dois mil anos, nas margens de um lago, apareceu um homem a anunciar a chegada do Reino dos Céus, uma forma completamente revolucionária de falar de Deus: “Os cegos veem, os coxos andam, os leprosos ficam limpos, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam, a Boa-Nova é anunciada aos pobres” (Lucas 7, 22). Vida, Vida em abundância. Começou pelos excluídos, abraçou a todos. O Reino dos Céus tinha uma só Lei intransigível: amar. Uma estratégia única: perdoar setenta vezes sete. Uma conceção de humanidade: todos somos irmãos.
Por causa disto foi crucificado. A morte de Jesus assume o caráter redentor de uma dádiva absoluta: ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida. É isto. É só isto que temos que aprender.
Sexta-feira Santa da Paixão, da Vitória sobre todo o mal, da Vitória do Amor.
O silêncio e a dor destes dias são uma longa Sexta-feira Santa: há os que sofrem, os que morrem, os que dão a vida para que haja um domingo de Ressurreição sobre o mundo. O nosso silêncio interior respeite a dor de muitos, que é a dor de Jesus Cristo. Uma nova vida virá. Que seja verdadeiramente nova.