Amar é ficar em casa

Pelo Pe José Júlio Rocha

«Tornei-me um estranho para os meus irmãos,
um desconhecido para a minha família.» (Salmo 69)
Estamos na Semana Santa: os três dias mais importantes da nossa fé já começam amanhã. Pela primeira vez e – esperamos todos – última, não vamos poder celebrar em comunidade o Tríduo Pascal. Alguma coisa positiva? Sim. O facto de a podermos viver intensamente na Igreja doméstica, a família. Não a família alargada, como tanto gostávamos, mas aqueles que vivem na mesma casa.
Estes dias de confinamento são uma prova tremenda para os laços familiares. Descobrimos defeitos, falhas, pomos à prova a nossa resiliência. Quantas vezes nos sentimos sós dentro da nossa própria família…
Pensemos como o cardeal Tolentino: “A nossa condição de mais precários do que nunca, mais impotentes do que nunca é em si mesma uma oração”. Façamos do nosso sofrimento uma oração. O Outro, o marido, a esposa, o pai, a mãe, os filhos, os irmãos são, neste momento, a nossa oportunidade de salvação.
O Amor, hoje, não é um mar de rosas. É uma prova de fogo.

 

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