Pelo Pe José Júlio Rocha.
«Fizeram um bezerro de metal fundido, prostraram-se diante dele, ofereceram-lhe sacrifícios e disseram: ‘este é o teu deus’» (Êxodo 32)
A certa altura, o Povo de Israel renunciou a Deus e adorou um bezerro de ouro. É uma espécie de metáfora para os dias de hoje, metáfora da ganância, do capitalismo desesperado, da sede de ter e de poder com que o mundo se tem vindo a sugar a si próprio. Se alguma coisa boa podemos tirar desta situação é podermos, nós, Humanidade, pensar o nosso estar e agir no mundo. Não precisamos de deuses: precisamos de Deus. E Deus está nas pessoas, não no ter nem no poder. Está em ti, meu irmão, minha irmã, que, hoje, me fazes tanta falta. Esta falta que, noutros dias, eu não sentia como sinto agora.
Este é um parto difícil, uma gravidez de risco. Diz São Paulo: “sabemos como toda a Criação geme e sofre as dores de parto até ao dia de hoje.” (Romanos 8, 22). Não há dores como as do parto: dores tremendas, tremenda a esperança no filho que as dores virão trazer.
A Primavera vem sempre depois do Inverno.