Mais de uma década depois, há seis alunos inscritos e com professor. Escolas da Região têm 18 novos docentes com habilitação própria para dar esta disciplina
Os Açores voltam a ter oferta da disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) em todas as escolas da Região, incluindo a ilha do Corvo, a mais pequena do arquipélago, onde há mais de 10 anos, a disciplina não era leccionada por falta de alunos e de professor.
“Este ano conseguimos colocar uma professora na escola do Corvo, depois de muitas conversações com a comunidade e estamos muito satisfeitos. São ainda poucos alunos (seis no total), mas é uma grande conquista” afirma Bento Aguiar, coordenador dos professores de EMRC na Região.
Além desta taxa de oferta a 100% o ano começa também com 18 professores já profissionalizados, prontos e com “legitimidade” para iniciar a carreira docente.
“Estão reunidas as condições para manter e consolidar as nossas propostas nas comunidades educativas e embora ainda faltem os dados concretos do arranque de mais um ano letivo, estamos optimistas e com perspetivas de fazer um trabalho bom” refere o docente ao salientar que o futuro da disciplina “está garantido”.
“Temos 18 novos licenciados com habilitação própria; foi um esforço de todos, sobretudo dos próprios, mas agora estão em condições de aceder à carreira docente de uma forma mais plena. Julgo que podemos dizer que se trata de uma mais valia humana, pedagógica e até institucional” adianta Bento Aguiar.
Este ano dois professores iniciam o mestrado também nesta área.
A Igreja Católica em Portugal começa este domingo a celebrar a Semana Nacional da Educação Cristã 2022, apelando a uma “aliança educativa” alargada, que envolva as instituições ou associações implicadas, incluindo as famílias, escolas, instituições católicas e da sociedade civil.
“Numa cultura globalizada e complexa, alcançaremos melhor os frutos desejados se os educadores cristãos trabalharem unidos e conjugarem os seus esforços, sem se isolarem no seu grupo ou na sua área pastoral”, refere a Comissão Episcopal para a Educação Cristã, na nota pastoral para a próxima Semana Nacional da Educação Cristã 2022, que decorre de 2 a 9 de outubro.
Esta aliança, sublinham os membros da comissão, está em “profunda sintonia com o caminho sinodal” convocado pelo Papa, entre outubro de 2021 e 2023.
“O educador cristão é chamado a acompanhar o seu grupo, fazendo-se presente e estando disponível para animar a participação concertada dos vários intervenientes da Educação”, apelam.
O texto tem como tema ‘O educador cristão, um guia no caminho’.
“A designação ‘guia-educador’ realça a dimensão da experiência pessoal, a dinâmica do caminho e do crescimento, a presença próxima e o acompanhamento. Contorna, assim, a imagem do ‘professor’, sentado na ‘cátedra’ do saber, ou a de um pedagogo centrado apenas nos métodos da pedagogia”, pode ler-se.
“Atualmente, é necessário ensinar a amar, pois o individualismo e o egoísmo marcam o nosso tempo e a nossa cultura. Mostram-se como o caminho largo do êxito e das vantagens pessoais, mas fecham a pessoa em si mesma e no seu bem individual”.
Os responsáveis da CEECDF convidam a acolher a “riqueza pessoal” de todos, educando “com amor e para o amor”.
“Ensinar a amar será, assim, libertar os educandos do individualismo, despertando-os para o bem comum e para uma fraternidade aberta a todos, sem fronteiras geográficas, culturais ou religiosas”, advertem os bispos.
A nota conclui-se com uma referência à Jornada Mundial da Juventude (JMJ) que Lisboa vai acolher, de 1 a 6 de agosto de 2023, “um convite a tomar parte num movimento de saída apressada ao encontro do outro”, e um apelo: “Façamos juntos o caminho da Educação”.