Por Renato Moura
“Gaudete et exsultate” (Alegrai-vos e exultai) é a mais recente Exortação Apostólica do Santo Padre Francisco, esta sobre a chamada à santidade no mundo actual.
O testemunho que posso partilhar é que o nosso Papa, persistindo na linha do que sempre tem feito, volta a oferecer um documento para nossa reflexão, numa linguagem simples, acessível a todos, onde para além de expressar as suas fortes e firmes convicções, como sempre fundadas no Evangelho, enriqueceu o documento com uma imensidade de citações doutrinais.
Estou certo que Francisco, num longo documento de cinco capítulos e 177 parágrafos, atingiu o confessado objectivo de dirigir o documento a cada um dos leitores. Não tenho a pretensão, nem agora nem quando voltar à Exortação, de a interpretar, mas tão-somente o desejo – que me parece dever neste espaço – não apenas de expressar um sentir, mas sobretudo de motivar e apelar a todos, que não só a leiam, como numa reflexão aberta se enriqueçam; e assim recorro sobretudo a citações, alertando porém que o texto é todo tão rico e apelativo, que é irresumível.
“Não tenhas medo da santidade. Não te tirará forças, nem vida nem alegria” afirma o Santo Padre.
Adverte que da Exortação não se deve esperar um tratado sobre a santidade, mas que “Todos somos chamados a ser santos, vivendo com amor e oferecendo o próprio testemunho nas ocupações de cada dia”, pois para cada um de nós há um “caminho, único e específico, que o Senhor predispôs” e “a vida divina comunica-se «a uns duma maneira e a outros doutra»”. Conforta afirmando “Não desanimes, porque tens a força do Espírito Santo para tornar possível a santidade e, no fundo, esta é o fruto do Espírito Santo na tua vida” e “Na Igreja, santa e formada por pecadores, encontrarás tudo o que precisas para crescer rumo à santidade”.
Francisco lembra: “Todos somos chamados a ser santos, vivendo com amor e oferecendo o próprio testemunho nas ocupações de cada dia”, que a santidade “irá crescendo com pequenos gestos” aproveitando as ocasiões para “realizar acções ordinárias de maneira extraordinária”. Mas também adverte: “Não é saudável amar o silêncio e esquivar o encontro com o outro, desejar o repouso e rejeitar a actividade, buscar a oração e menosprezar o serviço” e “Um compromisso movido pela ansiedade, o orgulho, a necessidade de aparecer e dominar, certamente não será santificador”.
E só se aludiu ao capítulo I!
Estudemos esta oferenda, em nome do Pai, dada a 19 de Março, no sexto ano do pontificado de Francisco; e aproveitemos os frutos.