Água e fogo em cerimónia simbólica

Celebração central do calendário litúrgico é a mais antiga e importante na Igreja Católica.

A Igreja Católica celebra nas últimas horas de Sábado Santo e nas primeiras de Domingo de Páscoa o principal e mais antigo momento do ano litúrgico, a Vigília Pascal, assinalando a ressurreição de Jesus.

 

 

Esta é uma celebração mais longa do que o  habitual, em que são proclamadas mais passagens da Bíblia do que as três habitualmente lidas aos domingos, continuando com uma celebração batismal e a comunhão.

 

A vigília começa com um ritual do fogo e da luz que evoca a ressurreição de Jesus; o círio pascal é abençoado, antes de o presidente da celebração inscrever a primeira e a última letra do alfabeto grego (alfa e ómega), e insere cinco grãos de incenso, em memória das cinco chagas da crucifixão de Cristo.

 

O ‘aleluia’, suprimido no tempo da Quaresma, reaparece em vários momentos da missa como sinal de alegria.

 

D. José Cordeiro, bispo de Bragança-Miranda e consultor da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos (organismo da Santa Sé), explica que a Vigília Pascal se articula em quatro partes: a liturgia da luz ou “lucernário”; a liturgia da Palavra; a liturgia batismal; a liturgia eucarística.

 

A liturgia da luz consiste na bênção do fogo, na preparação do círio e na proclamação do precónio pascal.

 

A liturgia da Palavra propõe sete leituras do Antigo Testamento, que recordam “as maravilhas de Deus na história da salvação” e duas do Novo Testamento: o anúncio da Ressurreição segundo os três Evangelhos sinópticos (Marcos, Mateus e Lucas), e a leitura apostólica sobre o Batismo cristão.

 

D. José Cordeiro observa ainda que a liturgia batismal é “parte integrante da celebração”, pelo que mesmo quando não há qualquer Batismo, se faz a bênção da fonte batismal e a renovação das promessas.

 

“Do programa ritual consta, ainda, o canto da ladainha dos santos, a bênção da água, a aspersão de toda a assembleia com a água benta e a oração universal”, acrescenta.

 

A liturgia eucarística é apresentada pelo bispo de Bragança-Miranda como “o momento culminante da Vigília, qual sacramento pleno da Páscoa”,

 

D. José Cordeiro observa que a liturgia “salienta a potência da luz, como o símbolo de Cristo Ressuscitado, no círio pascal e nas velas que se acendem do mesmo, na iluminação progressiva das luzes da igreja, ao acender das velas do altar e com as velas acesas na mão para a renovação das promessas batismais”.

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