Este domingo arranca a Semana dos Seminários, uma oportunidade “para rezar”, mas também para refletir sobre a missão educativa dos Seminários
A Semana dos Seminários, que começa este domingo, é uma oportunidade para um apelo aos mais jovens para que sejam testemunhas “alegres e corajosas de Jesus Cristo e do Seu Evangelho” afirmou esta manhã na missa dominical na Sé, onde é pároco, o Administrador Diocesano, cónego Hélder Fonseca Mendes.
“Afirmar a fé sem medo ou vergonha, dispor-se a levar a Palavra de Cristo a todos os lugares e ambientes, sendo missão de todos os cristãos, constitui um desafio dirigido especialmente aos jovens. Para alguns, a descoberta desta missão é de tal modo decisiva que se concretiza numa vocação de consagração de toda a vida”, disse.
“Queremos pedir que, durante esta Semana, os cristãos, na sua oração pessoal, familiar ou comunitária, rezem de forma mais intensa pelos seus e nossos Seminários, invocando o Senhor da messe para que mande operários para a sua messe” afirmou o sacerdote que destacou um igualmente a importância de um “apoio material” seminários.
“Além desta ajuda, os Seminários carecem de maior apoio material. Confiamos na generosidade do Povo de Deus para com o Seminário que está ao seu serviço, sobretudo nos Açores” afirmou o cónego Hélder Fonseca Mendes.
A reflexão dominical partiu da passagem do Evangelho lida nas celebrações deste domingo, que relata o encontro entre Jesus e Zaqueu, “um homem de baixa estatura, cobrador de impostos, mal-amado, rico pelo que recebia oficialmente e com o que indevidamente arrecadava para si”.
O sacerdote sublinhou a “bipolaridade” de Zaqueu que sendo rico, “não vivia satisfeito”.
Depois da troca de olhares- “o primeiro olhar foi o de Jesus” – “Zaqueu percebeu como é mesquinha uma vida tomada pelo dinheiro, à custa de roubar aos outros e receber o seu desprezo. Ter o Senhor ali a seu lado, na sua casa, faz com que ele veja tudo com outros olhos. Até a sua maneira de ver e usar o dinheiro também mudam”.
“O gesto de se apoderar é substituído pelo de oferecer. Zaqueu descobre de Jesus que é possível amar gratuitamente. Vivia triste e insatisfeito, agora torna-se generoso e alegre; antes gostava de acumular, agora de devolver e distribuir. Descobrindo que é amado, apesar dos seus pecados, torna-se capaz de amar os outros, fazendo do dinheiro um sinal de solidariedade e de comunhão” referiu.
“Este episódio mostra que apesar da eficácia do trabalho e dos rendimentos, que honesta ou desonestamente se adquirem, a pessoa não vive feliz. As perturbações mentais, as dependências, a violência e as altas taxas de suicídio, sobretudo nos mais jovens, mostram que apesar do homem moderno ter tudo, vive insatisfeito, incompleto, inacabado” referiu ainda o cónego Hélder Fonseca Mendes.
O sacerdote lembrou, a este propósito, a investigação levada a cabo pelo padre Cipriano Pacheco- estudos centrados na conceção tomista do ser humano, que vive na dialética permanente entre os limites da sua condição e o desejo da transcendência- para sublinhar que a “felicidade plena” está “acima dos desejos que passam e remete para o que pode suster as nossas interrogações, esclarecendo dúvidas e incertezas a partir das evidências últimas que sempre nos escapam”.
“É esta a lição de Zaqueu na «visão de Deus» e como esse desejo continua hoje em aberto de quem quer amar e conhecer Jesus. Um lugar para que isso aconteça é na família, na catequese, na escola, na universidade, num grupo ou movimento cristão e sobretudo num seminário”, concluiu.