Cónego Hélder Fonseca Mendes presidiu à Jornada Diocesana do Dia Mundial da Juventude, em São Miguel. “O Tempo de nos levantarmos é agora!”
O Administrador Diocesano renovou hoje o desafio aos jovens a serem a esperança duma nova unidade para a humanidade “fragmentada e dividida”, promovendo o diálogo com as gerações mais velhas, para evitarem cair em erros passados.
“Os jovens são sempre a esperança duma nova unidade para a humanidade fragmentada e dividida. Mas somente se tiverem memória, apenas se escutarem os dramas e os sonhos dos idosos”, afirmou o cónego Hélder Fonseca Mendes na homilia da Missa com que terminou a Jornada Diocesana do Dia Mundial da Juventude celebrada este domingo de tarde, na Ribeirinha, na ilha de São Miguel.
O sacerdote reforçou a necessidade de uma aliança “entre jovens e idosos, entre netos e avós, para não esquecer as lições da história, para superar as polarizações e os extremismos deste tempo”, destacando o regresso da guerra na Europa (Ucrânia) ou o desejo de alguns, em Portugal, “que querem voltar a um sistema politico totalitário, porque desde que nasceram só conheceram a democracia, e ainda outras que querem voltar ao tempo da Igreja anterior ao Concílio Vaticano II, porque desde que nasceram não conheceram outro tempo”.
A partir do exemplo de Maria de Nazaré, que “se levantou e partiu apressadamente” (lema da Jornada Mundial da Juventude de Lisboa, que se realizará de 1 a 6 de agosto de 2023) referiu que “a pressa da jovem mulher de Nazaré é a pressa típica daqueles que receberam dons extraordinários do Senhor e não podem deixar de partilhar, de fazer transbordar a graça imensa que experimentaram. É a pressa de quem sabe colocar as necessidades do outro acima das próprias. Uma pressa boa impele-nos sempre para alto e para o outro”.
“A Mãe do Senhor é modelo dos jovens em movimento, jovens que não ficam imóveis diante do espelho em contemplação da própria imagem, nem «alheados» nas redes. Ela está completamente projetada para o exterior” afirmou ainda.
“O tempo de nos levantarmos é agora. Levantemo-nos apressadamente!”, disse o sacerdote aos jovens que participaram nesta jornada, que teve expressão em todas as ilhas do arquipélago, com programas próprios.
“Cada um de vós pode perguntar-se: Como reajo perante as necessidades que vejo ao meu redor? Busco imediatamente uma justificação para não me comprometer, ou interesso-me e torno-me disponível? É certo que não podeis resolver todos os problemas do mundo; mas talvez possais começar por aqueles de quem está mais próximo de vós, pelas questões do vosso território” afirmou ainda.
O sacerdote pediu, ainda, aos jovens que escrutinem a pressa que têm e que nem sempre é boa como “a pressa que nos leva a viver superficialmente, tomar tudo levianamente sem empenho nem atenção, sem nos envolvermos verdadeiramente no que fazemos; a pressa de quando vivemos, estudamos, trabalhamos, convivemos com os outros sem colocarmos nisso a cabeça e menos ainda o coração”.
“Pode acontecer nas relações interpessoais: na família, quando nunca ouvimos verdadeiramente os outros nem lhes dedicamos tempo; nas amizades, quando esperamos que um amigo nos faça divertir e dê resposta às nossas exigências, mas, se virmos que ele está em crise e precisa de nós, imediatamente o evitamos e procuramos outro; e mesmo nas relações afetivas, entre noivos, poucos têm a paciência de se conhecerem e compreenderem a fundo. Ora, todas estas coisas vividas com pressa dificilmente darão fruto”, exemplificou ainda.
A jornada diocesana do Dia Mundial da Juventude realizou-se em diferentes ilhas do Arquipélago dos Açores, com o Comité Organizador Diocesano (COD) para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023 a organizar o encontro na Ilha de São Miguel.
‘Jovem Levanta-te… com Maria ao encontro de Cristo!’ foi o tema do Dia Diocesano da Juventude de Angra que nesta realidade diocesana centrou olhares para Lisboa 2023, com diversas iniciativas e celebrações, proporcionando “momentos de reflexão sobre a Palavra de Deus, atividades e jogos, que se traduzirão num convívio entre os jovens
Em São Jorge, os jovens reuniram-se na Paróquia de Nossa Senhora do Rosário, nos Rosais, enquanto na Ilha do Pico, o cruzeiro da Vila das Lajes foi o ponto de encontro. Na Ilha Terceira, o programa previu dois momentos, uma vigília de oração, no sábado, no Raminho, e este domingo na Casa da Ribeira.
No Faial, o programa começou com uma caminhada do Museu da baleia para a Ermida do Monte da Guia, onde foram desenvolvidas atividades diversas que terminaram com um momento de oração.
Em Santa Maria, o programa compôs-se com uma Eucaristia, em Santa Bárbara, de manhã, seguido de um Peddy paper.
A XXXVII Jornada Mundial da Juventude é celebrada este ano, nas dioceses católicas, a 20 de novembro (solenidade litúrgica de Cristo-Rei, último domingo do ano litúrgico), e tem uma edição internacional, a cada dois ou três anos, numa grande cidade, para o encontro de jovens de todo o mundo com o Papa.
A próxima jornada internacional vai realizar-se na capital portuguesa, em Lisboa, de 1 a 6 de agosto de 2023.
A JMJ nasceu por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.