Cónego Hélder Fonseca Mendes despede-se dos sacerdotes a menos de um mês de cessar funções e apresenta as boas-festas aos colegas
A menos de um mês de cessar funções como Administrador Diocesano e em véspera de Natal, o Administrador Diocesano aproveita o momento para escrever uma derradeira carta aos colegas onde, simultaneamente, formula votos de boas festas aos colegas e agradece a colaboração “leal” num tempo “difícil e inusitado” de sede vacante.
“A cada um agradeço a leal colaboração e missão num tempo difícil e inusitado para todos em sede vacante, desejando que com o novo bispo recuperemos a alegria e a esperança que nos moveram no dia da nossa ordenação sacerdotal” afirma o cónego Hélder Fonseca Mendes, numa carta enviada ao Igreja Açores.
Na mensagem dirigida a todos os sacerdotes, o ainda Administrador Diocesano recorda a “época de incertezas” que tanto pode gerar “medos como entusiasmos” sublinhando que a missão do sacerdote não é a de “salvar o mundo com táticas e estratégias missionárias, mas conseguir viver com paixão a sua vocação”.
“Se o mundo prega a produção e o êxito, o evangelho prega a fecundidade” afirma, frisando que é preciso responder aos “laboriosos desafios” deste tempo, com um “regresso às fontes”.
“As crises encorajam os padres a velar pela sua humanidade, a cuidar da sua interioridade, a cultivar os desejos e a não sufocar os sonhos. A sua vocação é um sinal num mundo em busca de referências”, afirma ainda.
O sacerdote que ofereceu a cada padre um livro, na “hora da despedida do grato e delicado serviço de Administrador Diocesano” que decorreu entre 30 de novembro de 2021 e o dia 14 de janeiro de 2023, fala ainda das dificuldades do momento que a Igreja atravessa, nomeadamente o clima de suspeição que impera sobre padres e religiosos por causa da questão dos abusos e lembra que apesar de tudo há que reconhecer” o precioso” trabalho de todos os consagrados na vida da Igreja e da Sociedade.
O Administrador Diocesano, cónego Hélder Fonseca Mendes, é pároco in solidum da Sé e durante mais de 16 anos foi Vigário Geral da Diocese de Angra.