Crónica dos principais acontecimentos eclesiais entre junho e setembro
Em junho o país ardeu e desta vez o fogo levava consigo muitas vidas humanas numa tragédia sem precedentes. O Concelho de Pedrógão Grande foi o cenário do drama. À tragédia seguiu-se a solidariedade… com os portugueses a revelarem uma generosidade sem limites. Dádivas que chegaram a um ritmo superior à capacidade de gerir os bens doados com a Cáritas a desenvolver uma missão exemplar na gestão da solidariedade e na condução do esforço de recuperação das casas. Uma missão que ainda perdura dada a dimensão dos danos.
A Jornada Nacional da Pastoral da Cultura decorreu a 3 de junho, em Fátima, com o tema «’Out of the box’: A relação dos jovens com a Cultura». O evento culminou com a entrega do prémio ‘Árvore da Vida-Padre Manuel Antunes’ ao encenador Luís Miguel Cintra.
A 15 de junho falecia em Jerusalém o religioso dominicano português Francolino Gonçalves, especialista no estudo da Bíblia, aos 74 anos de idade.
No Vaticano, Francisco presidiu ao quarto consistório do atual pontificado, para a criação de cinco cardeais, e desafiou os seus mais diretos conselheiros a “olhar para a realidade”, sem se julgarem “príncipes”.
O Papa foi ainda ao norte da Itália, para uma homenagem pessoal a dois sacerdotes católicos do século XX, Primo Mazzolari (1890-1959) e, mais tarde, o padre Lorenzo Milani, por ocasião do 50º aniversário da sua morte.
Num dos episódios que abalaram a vida da Cúria Romana, o cardeal George Pell rejeitou “falsas acusações” de abusos sexuais e regressou à Austrália para defender-se.
Julho
A ameaça dos incêndios não impediu 21 mil escuteiros de se encontrarem em Idanha-a-Nova. Foi o maior Acampamento Nacional de sempre, que teve por tema Abraça o Futuro. Entre os 6 e os 22 anos de idade os jovens protagonizaram atividades centradas num imaginário que desafiava à sustentabilidade do planeta e à construção de um futuro marcado pelos valores, acompanhados por vários bispos e pelo presidente da República.
D. Jorge Ortiga celebrou neste mês as suas bodas de ouro sacerdotais. Um percurso que ficou aqui a conhecer melhor, com relatos na primeira pessoa pelo atual responsável da Diocese mais antiga da Península Ibérica, que, por isso mesmo, tem o título de primaz das Espanhas.
No Vaticano, o Papa Francisco publicou o decreto que apresenta a “oferta da vida” como novo modelo jurídico para a abertura de processos de beatificação e canonização, distinto do “martírio” e do reconhecimento das “virtudes heroicas”.
Agosto
O bispo de Vila Real celebrou 50 anos de ordenação presbiteral na sua diocese natal, que serve como bispo desde 2011 com uma aposta na cultura e na evangelização, que envolve todos os fiéis no anúncio do Evangelho.
D.Rino Fisichella, presidente do Conselho Pontifício para a Nova Evangelização (Santa Sé), presidiu à peregrinação de agosto, em Fátima, onde lembrou que muitas pessoas são “forçadas a fugir” porque “carregam o nome de cristãos”.
Face a um desses muitos episódios de violência, o Papa viria a condenar o “massacre” que provocou pelo menos 13 mortos e dezenas de feridos numa igreja da Nigéria.
Já depois dos atentados terroristas de Barcelona, Francisco disse que “a morte e o ódio não podem ter a última palavra”.
No Funchal, a queda de uma árvore de grande porte no Largo da Fonte, na freguesia do Monte, provocou a morte de 13 pessoas e fez 49 feridos, 12 deles em estado grave. A tragédia ocorreu durante as celebrações em honra de Nossa Senhora do Monte.
Setembro
Um acontecimento completamente inesperado marcou o dia 11 de setembro de 2017: a morte de D. António Francisco dos Santos, aos 69 anos de vida. Nomeado bispo do Porto em fevereiro de 2014, sucedeu a D. Manuel Clemente, e tomou posse a 5 de abril do mesmo ano. Foi ainda bispo de Aveiro e auxiliar de Braga, tendo sido ordenado bispo em março de 2005, na Sé de Lamego.
Foi também neste mês que D. Manuel Martins nos deixou. O primeiro bispo de Setúbal partia aos 90 anos de idade.Manuel Martins foi o primeiro bispo nomeado para a então recém-criada Diocese de Setúbal, onde iniciou o seu ministério episcopal no dia 26 de outubro de 1975.
Durante a Missa exequial ficou-se a saber do falecimento do padre Joaquim Cunha, de 105 anos, então o sacerdote mais idoso de Portugal.
Em Viseu, o bispo diocesano apresentou ao Papa a sua renúncia ao cargo, por motivos de saúde. A informação foi confirmada à Agência ECCLESIA pelo próprio D. Ilídio Leandro, de 66 anos, que aguarda agora a decisão de Francisco.
Fátima acolheu um encontro comemorativo dos 40 anos do Renovamento Carismático Católico (RCC) em Portugal, no 50.º aniversário a nível mundial.
(Com Ecclesia)