Ideia é defendida por Teresa Medeiros que acaba de lançar o livro “Repensar as pessoas idosas no século XXI”
Nos Açores envelhece-se melhor, devido às redes de vizinhança e à proximidade da família, mas é preciso agora repensar o modelo de assistência à terceira idade valorizando a autonomia e o acompanhamento diferenciado, defende a coordenadora do livro “Repensar as pessoas idosas no século XXI” que acaba de ser editado.
A professora catedrática de psicologia é a entrevistada do programa Igreja Açores este domingo, que vai para o ar no Rádio Clube de Angra e na Antena 1 Açores a partir do meio dia.
“Depois da construção de vários lares é preciso pensar noutros modelos de assistência de apoio às pessoas idosos: residências assistidas, construção de aldeias pensadas para pessoas mais idosas e um apoio domiciliário diferenciado”, defende a docente universitária e investigadora.
Por outro lado, é preciso “apostar na formação continua seja dos cuidadores formais seja dos informais” pois são pessoas muito “desgastadas do ponto de vista pessoal pois lidam com doenças graves, com a morte ou com demências”.
“Os cuidadores têm de estar equilibrados psicologicamente e ter uma grande auto estima e isso consegue-se através de um trabalho árduo”, precisa.
A investigadora que leciona também na Universidade dos Açores sublinha que no arquipélago os idosos envelhecem com mais qualidade de vida e elenca os fatores que contribuem para essa realidade: relações de vizinhança, proximidade da família, acompanhamento, entre outros.
Durante a entrevista, que tem como ponto de partida uma investigação desenvolvida em quatro países- Portugal, Espanha, Brasil e Argentina, a investigadora lembra também que a espiritualidade, “fundamental na vida de um idoso”, é um “factor decisivo para um bom envelhecimento na medida em que apesar das dificuldades materiais e de saúde, encaram a vida como um bem”.
Durante a entrevista, Teresa Medeiros, deixa ainda um alerta: é necessário que o idoso faça parte do processo de decisão em relação a si e à sua vida.
“É preciso decidir com eles e não para eles” diz a investigadora lembrando que “às vezes coloca-se a pessoa num lar sem haver uma conversa prévia, uma aprendizagem, uma preparação”.
O programa Igreja Açores vai para o ar este domingo ao meio dia no Rádio Clube de Angra e Antena 1 Açores e tem apresentação de Tatiana Ourique.