Academia Pontifícia das Ciências promoveu debate sobre os efeitos do álcool

Encontro pretendeu alertar para as implicações éticas e morais de um problema «subestimado».

A Academia Pontifícia das Ciências promoveu esta terça-feira um debate sobre o consumo prejudicial do álcool, onde se debateram as implicações éticas e morais ligadas a este fenômeno e as estratégias de prevenção e cura.

 

 

O consumo perigoso do álcool e o alcoolismo representam “um importante problema de saúde pública e social”, problema esse que é “subestimado” defendeu, durante este debate, o padre Marchelo Sanchez Sorondo, Chanceler da Academia Pontifícia das Ciências.

 

Presente na sessão de reflexão esteve o professor Emanuele Scafato, presidente da Sociedade Italiana de Alcoologia, que alertou para a urgente necessidade da sociedade encarar o problema do álcool como um vício e não como uma doença.

 

“A dependência do álcool é definida, antes de mais, como uma doença e não como um vício e é, ao mesmo tempo, um problema, dado que a pessoa pode não perceber que para resolver o problema precisa de se reabilitar, o sentido de vergonha e o sentido de exclusão que muito frequentemente envolve a dependência do álcool, criam uma barreira”, precisou.

 

Para reverter a situação o responsável sugere, em entrevista à Rádio Vaticano, que deve ser dada “uma máxima atenção àquela que é a identificação precoce do risco de álcool, mostrando ao indivíduo que o seu modelo de beber é um beber que, seguramente, está enquadrado num contexto patológico e de hábito”.

 

“Entre os cerca de um milhão de dependentes do álcool, que a Sociedade Italiana de Alcoologia estima que existam na Itália, apenas 60 mil procuram algum tratamento”, um exemplo que mostra “tem de haver uma reviravolta na forma como se encara o alcoolismo”, defendeu Emanuele Scafato.

 

“Hoje, encontramos bebidas alcoólicas em todos os lugares e o mercado oferece uma variedade enorme, vocacionadas sobretudo à população mais jovem” o que se agrava ainda mais quando se percebe que existem “pressões sociais para beber, que envolvem sobretudo uma geração mais vulnerável”, acrescenta.

 

O presidente da Sociedade Italiana de Alcoologia recordou ainda que a condução sob os efeitos do álcool “é a primeira causa da morte entre os jovens na Itália, na Europa e no mundo”.

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