D. Armando Esteves Domingues presidiu a uma celebração ecuménica na Sé de Angra, no dia em que a Igreja celebra a Solenidade da Assunção da Virgem Santa Maria ao Céu
A Sé de Angra encheu-se esta manhã de membros de grupos folclóricos de 12 países que participam na 38ª edição dos festival Azores Folk para uma celebração ecuménica presidida pelo bispo de Angra, no dia em que a Igreja Católica celebra a Assunção da Virgem Santa Maria.
“A ressurreição de Jesus já tinha provado que a vida e o amor têm mais força do que a morte. Mas com a subidade de Maria ao Céu é também o triunfo do bem e da bondade, porque Maria é isso” afirmou D. Armando Esteves Domingues na alocução que proferiu durante esta celebração, que acontece sempre durante este festival de música e dança internacionais, na ilha Terceira e que é um dos momentos altos, reunindo grupos maioritariamente cristãos mas de igrejas diferentes.
“O nosso Deus é um só: um Deus de amor que todos acolhe” sublinhou o prelado diocesano.
“Esta assembleia com tanta gente – uma dúzia de países- mostra como é bom estarmos unidos na fé, mesmo que digamos Deus de várias maneiras”, prosseguiu D. Armando Esteves Domingues que lidera a Comissão Episcopal que trata do diálogo ecumémico.
“Deus é maior porque é o Deus de todos os povos da terra e nós aqui fazemo-lo grande, porque o reconhecemos como o Senhor de todos os povos da terra”, disse.
“O homem é grande se Deus é grande em si, na sua vida e nas suas acções. Com Maria compreendemos que é assim. Peçamos a Maria que nos ajude a fazer Deus Grande nas nossas ações e na nossa vida”, concluiu o prelado que se dirigiu a assembleia em castelhano dado que a maioria dos presentes é falante de língua espanhola, embora estivesse presentes grupos da Turquia, da Eslóvenia e da Polónia.
No momento do abraço da paz, porventura um dos mais vividos da celebração, o bispo de Angra dirigiu-se à assembleia em várias línguas sublinhando o valor da paz entre os homens.
“Quem dera pudessemos cantar o mesmo canto, dançar a mesma dança e todos os povos da terra pudessem abraçar-se em vez de fazerem a guerra”.
A Igreja Católica assinala hoje a solenidade litúrgica da Assunção de Maria, um dogma solenemente definido pelo Papa Pio XII em 1 de novembro de 1950 e celebrado há vários séculos, numa data que é feriado em Portugal.
“Declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado que a imaculada Mãe de Deus, a sempre virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celestial”, refere a constituição apostólica ‘Munificentissimus Deus’ com a qual se deu a definição deste dogma da fé católica.
Pio XII referia que “não só os simples fiéis, mas até aqueles que, em certo modo, personificam as nações ou as províncias eclesiásticas, e mesmo não poucos padres do Concílio Vaticano pediram instantemente à Sé Apostólica esta definição”.
Os católicos orientais celebram esta festa desde o século V com o nome de “Dormição de Maria”.
No calendário litúrgico da Igreja latina celebra-se, com a categoria de solenidade (a mais importante, além das celebrações dominicais), a 15 de agosto.
Esta festa é celebrada de forma particular na diocese nas ilhas de Santa maria, Corvo e São Miguel.