Sacerdote é pároco da Salga, cuja paróquia invoca São José, o santo que o Papa Francisco quis dar a conhecer ao mundo durante o último ano
“Sendo uma figura discreta, quase secundária, tem um papel fundamental na história da salvação, cuidando e protegendo(…) Num contexto de tão grande fragilidade como é este da pandemia o Papa reforçou a atenção sobre São José, que é um santo com quem podemos aprender a importância do cuidado da fragilidade” salienta o padre Francisco Rodrigues.
Quase uma semana depois de ter encerrado o ano especial dedicado a São José pelo Papa Francisco o Igreja Açores falou com o pároco da Salga, na ilha de São Miguel, uma das quatro paróquias da diocese de Angra que tem como invocação o padre adoptivo de Jesus, sobre a importância e iniciativas desenvolvidas em torno de São José.
“São José entra na história da salvação pela obediência, que não é cega pois ele sabe as dificuldades, mas faz uma reconciliação com a sua história, aceitando gradualmente cada dificuldade com uma coragem criativa” esclarece o sacerdote ao afirmar que esta atitude deve ser para nós um “estímulo”.
“Isto para nós é um estímulo: neste contexto de pandemia, de grandes lutas, a figura de São José ajuda-nos a sermos criativos e a pensar a criatividade de outra forma para levarmos aos outros Cristo”, afirma numa entrevista ao programa de rádio Igreja Açores que vai para o ar este domingo, depois do meio dia no Rádio Clube de Angra e na Antena 1 Açores.
“Creio que são José nos ajuda a integrar a simplicidade do quotidiano e ajuda-nos sobretudo a pensar com criatividade as respostas que temos de dar para superar as nossas dificuldades” enfatiza.
O sacerdote, que está em São Miguel há pouco mais de um ano, sublinha a importância dos ensinamentos de São José para o momento que o mundo atravessa.
“Esta pandemia levou-nos ao essencial; fomos privados de muita coisa e fomos atirados para o essencial, tal como São José nos atira” refere salientando que o essencial deste tempo “é sermos e estarmos para o outro”.
“Este é o grande presente que podemos dar aos nossos mais próximos” reitera lembrando que, tal como São José, há razões para encarar a vida de várias maneiras, “com desânimo ou com esperança”, mas “com ele aprendemos o essencial”, mesmo que neste caminho “não estejamos todos no mesmo ritmo”.
O sacerdote deixa ainda uma mensagem para esta quadra que se avizinha e que considera ser “de desigualdades”.
“A noite de Natal é a noite das desigualdades: temos os nossos, temos abundância mas há muito outros que estão na pobreza. A noite de Natal confronta-nos com a realidade que é desigual. Convido todos à oração: dentro do nosso bem estar, que possamos não nos esquecer dos mais fracos, dos que nada têm”, conclui.
A entrevista ao padre Francisco Rodrigues vai para o ar este domingo da Alegria, depois do meio dia, no Rádio Clube de Angra e Antena 1 Açores.