A palavra, escrita ou falada, é um poderoso instrumento de comunicação, que facilita o encontro ou o desencontro entre as pessoas
Os meios de comunicação social (MCS), da imprensa às mais sofisticadas tecnologias digitais, amplificam-na o que traz novos e estimulantes desafios.
O poder dos MCS, em reforçar ou destruir os pontos de referência tradicionais em matéria de religião, por exemplo, é indiscutível.
As “imagens” e as “palavras” transmitidas pelos MCS têm a capacidade de pesar, não só nos modos de pensar, mas também nos conteúdos do pensamento.
Para muitos, a realidade corresponde ao que os mass media definem como tal e, o que eles não reconhecem, torna-se insignificante.
A voz do Evangelho pode ser reduzida ao silêncio.
É importante, por isso, que os cristãos sejam capazes de fornecer uma informação que “crie notícias”.
Numa sociedade altamente mediatizada, o que não é notícia não existe.
A igreja levou tempo a perceber isso.
Primeiro, porque conviveu mal com a crítica de um poder emergente, marcado pelos secularismo e anti clericalismo; depois porque a resposta foi a criação de uma imprensa própria e, mesmo assim, com muitos anos de atraso, se levarmos em linha de conta que o primeiro grande jornal a ser publicado com a marca do Vaticano foi o L´Osservatore Romano, em 1861 (o primeiro periódico impresso depois de Guttenberg surgiu no século XVII, duzentos anos antes) e a primeira rádio, a Rádio Vaticano, em 1931.
Apesar do atraso, a igreja conseguiu vencer a resistência e construir uma rede importante de MCS, determinantes para a Evangelização.
“Os MCS podem ajudar-nos a sentir mais próximos uns dos outros; a fazer-nos perceber um renovado sentido de unidade da família humana, que impele à solidariedade e a um compromisso sério para uma vida mais digna. Uma boa comunicação ajuda-nos a estar mais perto e a conhecer-nos melhor entre nós, a sermos mais unidos”.
As palavras do Papa Francisco na mensagem para o 48º dia Mundial das Comunicações sociais, este ano, não podiam ser mais esclarecedoras.
Por estes dias, realizam-se as Jornadas Nacionais de Comunicação Social, promovidas pelo Secretariado Nacional das Comunicações Sociais da Igreja.
O tema é a criação de “Uma rede de pessoas”, que aprofunde a importância da comunicação para a missão evangelizadora da Igreja.
Se a missão principal é anunciar a boa nova, a libertação e a salvação, para ajudar as pessoas a serem pessoas, então a Igreja tem de estar onde elas estão: nos MCS, sobretudo na internet, onde hoje mora o cidadão anónimo e o nosso amigo, fechados nas suas múltiplas inquietações. E a igreja não ia responder?…