O Vigário-geral da diocese presidiu à festa de Santa luzia de Angra, paróquia que o acolheu na sua primeira colocação como sacerdote e desafiou a comunidade da cidade património a ser Igreja para além da porta do templo
Terminou esta quarta-feira a festa em honra de Santa Luzia, em Angra do Heroísmo, que regista sempre uma dupla preocupação: meditar a palavra de Deus na Eucaristia e enriquecer a festa com uma dimensão cultural que passa por ciclos de cinema, conferência e música erudita.
Desta vez o pregador foi o Vigário-geral da diocese, cónego Gregório Rocha, que presidiu à festa no momento do tríduo e também no dia da padroeira.
Esta tarde, na missa solene da festa, o sacerdote, que começou a sua vida de padre em Santa Luzia há 37 anos, desafiou a comunidade a viver a Palavra de Deus no mundo.
“Não desvalorizo a Eucaristia nem a importância e a força da Palavra de Deus e da oração, mas a Igreja viva vive-se lá fora” disse o cónego Gregório Rocha exortando a comunidade a “ser Igreja para além da porta” do templo, pois dentro das quatro paredes “esta comunidade, como se pode ver, já está construída”.
“Uma das formas de honrarmos Santa Luzia é sermos fazedores de comunhão diante de um mundo desavindo, em guerra, individualista, marcado pelo egoísmo”, frisou pedindo aos cristãos que se interpelem sobre a sua forma de atuação.
“Que contributo posso dar de forma a que os dons que Deus me deu rendam em favor da comunidade”, lembrou ao destacar que “um dos pecados como comunidades cristãs é não querer saber ou cuidar dos outros”. Por isso, adianta “o grande desafio é sermos construtores de comunhão”.
O sacerdote, a partir do evangelho proclamado- a parábola das Dez Virgens- salientou que ela “representa o desafio que se coloca à Igreja”, que “umas vezes levanta e promove” e outras “se acomoda e adormece em rotinas”.
“Precisamos renunciar a muitas coisas e a centrarmo-nos naquilo que Deus nos pede e que por vezes se revela em pequenas coisas que desvalorizamos.
A paróquia de Santa Luzia de Angra iniciou as comemorações do 25º aniversário da inauguração da nova Igreja com esta festa que teve como tema central a esperança, sintonizada com o lema do biénio pastoral diocesano.
No primeiro dia da festa, II Domingo do Advento, o tema foi “A esperança que nasce da experiência de Deus”, no segundo dia, a 11 de dezembro, “A esperança `a partir de baixo´: solidão, pobreza e fragilidade humana”; a 12 de dezembro, “Comunidades com a marca da esperança” e, finalmente, a 13 de dezembro, “Foi na esperança que fomos salvos (Rm 8, 24)”.
O encerramento da festa foi com um momento cultural, com a atuação do Coro Padre Tomás de Borba da AMIT.
(Com Elson Medeiros)