Diocese insular preparou, pela primeira vez, os subsídios para a Semana dos Seminários que começa este domingo
A formação humana é o maior desafio dos Seminários hoje, defende o responsável pela instituição de formação dos futuros sacerdotes nos Açores, Pé Hélder Miranda Alexandre.
“A formação humana é o maior desafio de qualquer Seminário porque queremos pessoas ricas em humanidade, na capacidade de acolher, estar com as pessoas, com humildade e sentido de serviço” afirmou o o reitor ao programa Igreja Açores.
O responsável pela instituição, considerada pelo bispo diocesano como o `coração da diocese´, sublinha o objetivo de formar rapazes “à imagem do Cristo Bom Pastor” e do papa Francisco, “nos gestos de acolhimento e no sorriso”.
As vocações nascem de comunidades concretas “com desafios próprios de jovens de hoje e as qualidades têm que se potenciadas sempre num discernimento sério para retirar elementos que podem não ser adequados ao Evangelho”, traduz o sacerdote sublinhando que o padre não pode ser “um homem fechado no seu mundo isolado”.
A casa de formação do clero nos Açores tem, de resto, como principal prioridade o “discernimento vocacional” que está a ser a trave mestra para toda a ação neste ano letivo.
“Tem sido sempre uma preocupação mas este ano vamos reforça-la com um acompanhamento diferente dos nossos seminaristas, mais personalizado, mais centrado no acompanhamento espiritual, sem descurar naturalmente as componentes pedagógica e académica”, desenvolveu o reitor.
Neste contexto, considera que pelo “acompanhamento mais personalizado e mais próximo” vão conseguir perceber melhor “as verdadeiras intenções dos jovens seminaristas” e de que forma os podem “orientar melhor”.
A Diocese de Angra foi responsável pela preparação dos subsídios que a Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios disponibiliza para a Semana dos Seminários que a Igreja Católica assinala entre hoje e o próximo dia 19 de novembro, este ano com o lema ‘Fazei o que Ele vos disser’, inspirado numa passagem do Evangelho, as bodas de Caná.
O responsável do Seminário diocesano, que coordenou o trabalho, dá conta de uma equipa plural que procurou, nesta oportunidade, mostrar o dinamismo e a diversidade insular.
“Temos uma experiência única que resulta da geografia que nos enriquece e melhora a formação dos nossos alunos. As consecutivas saídas para o terreno dão-nos uma experiência de ação que outros não terão e julgo que isso também pesou nesta decisão que foi para nós de uma enorme responsabilidade”, explicou o padre Hélder Alexandre.
Para cada ilha está designado um delegado que acompanha a pastoral vocacional e os seminaristas são enviados em missão às paróquias onde “procuram testemunhar a sua vivência”.
A partir de hoje estarão em São Miguel, nas ouvidorias de Ponta Delgada, Lagoa, Vila Franca do Campo e Povoação e também nas ilhas do Faial, Pico, Graciosa e Flores. Entre outras ações vão animar vigílias de oração e percorrer as salas de aula de Educação Moral e Religiosa Católica e as salas de catequese para darem testemunho da vida e das vivências no Seminário. Haverá no dia 18, no Centro Pastoral Pio XII, em Ponta Delgada, um Encontro de Pré-Seminário organizado pela pastoral vocacional no âmbito da Vigararia Nascente (São Miguel e Santa Maria) que visa sensibilizar os jovens para um discernimento vocacional com vista à sua integração do Seminário.
Os seminaristas foram aliás elementos ativos na elaboração dos subsídios para a Semana dos Seminários bem como os serviços diocesanos da catequese, da pastoral juvenil e vocacional, os professores de Educação Moral e Religiosa Católica, contando ainda com uma equipa de design e um estúdio para gravação de música.
Para esta Semana dos Seminários estão disponíveis propostas de oração, cartazes, uma música, a mensagem do presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios, D. António Augusto Azevedo, e outros subsídios que servem de suporte ao trabalho a realizar nas comunidades.
Na mensagem para esta Semana, o Bispo de Angra desafia as famílias a desenvolver um verdadeiro “sentido de vocação” e elege este período como um tempo de afirmação “de uma cultura vocacional”.
“Somos hoje interpelados a criar uma cultura vocacional nas famílias, nas paróquias e na diocese” afirma, na mensagem para a Semana dos Seminários.
O bispo de Angra fala num tempo de “forte interpelação a toda a diocese” para que sinta a comunidade educativa do Seminário como “algo de seu e a coloque como prioridade na sua oração, no seu estímulo, na sua generosidade, no seu reconhecimento e no seu contributo material”.
“Vamos fazer com que este sinal que é o Seminário Maior brilhe com intensidade para o bem da evangelização da nossa diocese e do mundo de hoje” sublinha D. João Lavrador.
A mensagem pede a promoção da pastoral das vocações por parte dos sacerdotes, dos catequistas e animadores de grupos de jovens, dos professores de EMRC e “sobretudo as famílias”.