O bispo de Lamego , D. António Couto, é o convidado que orienta as XIII Jornadas Bíblicas dos Açores, desenvolvidas pelo Serviço Diocesano da Palavra e Apostolado Bíblico

Num mundo marcado por incertezas, a esperança cristã destaca-se como uma certeza que vem de Deus e não apenas como uma expectativa humana, afirmou esta noite o bispo de Lamego, na primeira de duas conferências que irá proferir nas XIII Jornadas Bíblicas dos Açores que estão a decorrer no Seminário Episcopal de Angra.
Baseando-se nas Escrituras, D. António Couto sublinhou que essa esperança não é um sentimento passageiro ou um desejo incerto, mas uma promessa sólida que se fundamenta no amor divino.
A Bíblia confirma essa realidade em diversas passagens, como no livro do Apocalipse (21,5): “Eis que faço novas todas as coisas”, e em Isaías (48,7), que ressalta a novidade trazida por Deus: “De tal modo novas que ninguém pode dizer que já o sabia”, os dois textos que serviram de base à reflexão no primeiro dia, que aprofundou ainda esta noção de esperança em Edith Stein.
Diferente da esperança humana, que pode estar ancorada em cálculos e previsões, a esperança cristã não brota naturalmente como uma árvore que cresce da terra, mas desce do alto, vinda do Criador, lembrou ainda, ao salientar que essa esperança “não engana porque é sustentada pelo amor de Deus, derramado nos corações dos que creem”, como reforça a Carta aos Romanos: “O amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.” (Rm 5,5).
Outro aspecto fundamental desenvolvido foi a visão da finitude humana. Enquanto a cultura moderna vê a finitude como um simples ciclo natural de nascimento, crescimento e morte, a tradição bíblico-cristã a entende-a como um sinal de nossa condição criatural.
“Somos criaturas dependentes do Criador, e essa dependência não nos diminui, mas nos coloca na segurança das mãos de Deus” afirmou o bispo de Lamego.
“A esperança cristã, portanto, não é uma ilusão ou uma projeção de desejos humanos, mas uma realidade firme que se apoia na promessa divina da vida eterna”, concluiu o prelado.
As jornadas repartem-se por dois dias, com as sessões a começar às 20h00. No primeiro dia a reflexão foi sobre o “Germinar da Esperança”, tendo por base o Antigo Testamento; no segundo dia, esta noite, e já tendo por base o Novo Testamento, o prelado terá como ponto de partida, Romanos 12, 12- “Alegres na Esperança”-.
A questão subjacente a estas jornadas é, de resto, a mesma que tem orientado quase todas as reflexões feitas sobre a esperança neste ano jubilar.
“O que nos ensinou Cristo sobre a esperança?” interpelam os organizadores, o Serviço Diocesano da Palavra e Apostolado Bíblico e o Serviço de Coordenação da Formação Diocesana.
XIII Jornadas Bíblicas dos Açores: A Esperança que vem de Deus