«Vós sois já a profecia de uma economia atenta à pessoa e ao ambiente» – Papa Francisco
Os estudantes Tomás Virtuoso e Mariana Morais Sarmento, da Universidade Católica Portuguesa, vão participar no encontro mundial ‘A economia de Francisco’ que o Papa vai promover com estudantes e empresários em março de 2020, em Assis.
“A expectativa é ter discussões e debates construtivos em termos de partilha de experiências e visões diferentes, e poder trazer isso para Portugal e ver na prática: Como conseguimos apoiar empreendedores sociais, alunos interessados em perseguir a inovação social a terem intervenção mais ampla a todos os aspetos da sociedade e não só aspeto económicos”, disse Mariana Morais Sarmento.
Em entrevista à Agência ECCLESIA, a jovem portuguesa considera que o encontro convocado pelo Papa Francisco “é um espaço único” para economistas e empreendedores sociais de vários ramos e áreas participarem numa reunião, discutir “num espaço aberto”, que “não está regido por uma só linha de pensamento”, e partilhar o que estão “a fazer, o que é que tem funcionado” e “saírem passos concretos” para pôr em prática “partilhando a experiência de todos”.
No dia 11 de maio, o Papa convocou “jovens economistas, empresários e empresárias de todo o mundo” para um encontro sobre o tema ‘A economia de Francisco’, a que “faz viver e não mata”, nos dias 26, 27 e 28 de março de 2020, na cidade italiana de Assis.
“O desafio é como é que podemos no meio de uma economia que traz mais riqueza ao mundo do que nunca, que tirou milhões e milhões de gente da pobreza, como é que podemos continuar a garantir a dignidade das pessoas”, afirma Tomás Virtuoso que quer participar “a partir da condição de jovem economista” mas não deixa de ser “um católico profundamente apaixonado pela Igreja” e por tudo o que “ensina, com vontade de fazer pontes” com o que acontece na sociedade.
“Objetivamente, a Doutrina Social da Igreja continua a ter chaves de leitura muito importantes para a economia e desafios que hoje se colocam. É sempre desafio mas existe espaço – para as teorias económicas que são ensinadas e estão nas empresas – pela razão que essa economia nova continua a ser feita por pessoas concretas que podem ser capazes de encontrar na DSI resposta para a forma como hoje estão na economia e nos negócios”, desenvolveu à Agência ECCLESIA.
Mariana Morais Sarmento, licenciada em Gestão Internacional, afirma que “felizmente” o Ensino Superior tem vindo a mudar e, cada vez mais, abordam temas sobre a economia como prejudicial à pessoa humana na atualidade em “cadeiras como o impacto social ou o empreendedorismo social”.
“Sinto que tive a felicidade de ter explorado esse assunto, que o Ensino Superior ainda está muito focado nas teorias económicas e na maximização de valor económico apenas para as empresas, o lucro. Não há contabilização do gasto dos recursos naturais, nem do impacto ou como podemos incluir outros beneficiários que não o consumidor que vai beneficiar dos produtos”, desenvolveu a jovem que vai estudar investigação de novos modelos de negócios no mestrado.
(Com Ecclesia)