A catequese tem de ser um “caminho que promova o encontro com Jesus”

Jornadas da Catequese arrancam hoje em Ponta Delgada

O novo itinerário e os novos materiais da catequese serão apresentados e refletidos a partir de hoje e até sexta-feira em São Miguel, no regresso das Jornadas Formativas que contam com a presença do responsável do Secretariado Nacional da Educação Cristã, Fernando Moita e a responsável nacional pela Catequese, Irmã Arminda Faustino e mais de uma centena de catequistas da ilha.

“Para uma catequese atual, refrescada e em plena comunhão com a Igreja, é necessário cada catequista ter consciência que, a catequese além de um serviço prestado à comunidade e, em comunidade, exige cada vez mais uma atualização de informações e metodologias”, explica uma nota do Serviço Diocesano da Evangelização, Catequese e Missão de Angra, enviada ao Sítio Igreja Açores.

A formação começa com o novo itinerário da catequese e a apresentação dos novos recursos, pela irmã Arminda Faustino, responsável por este setor no Secretariado Nacional da Evangelização e Catequese (SNEC).

“Este novo itinerário é um novo caminho que nos desafia a olhar mais ao jeito de Jesus para ele, para os seus gestos e atitudes e olhar para as comunidades e ver como podemos por em marcha estes novos desafios de modo a tornar novas todas as coisas” refere a Irmã Arminda Faustina em declarações ao sítio Igreja Açores.

“Esta grande viragem que se está a dar, com a carta do Papa em 2017 e depois com a carta dos nossos bispos em 2022, assenta sobretudo na ideia da grande alegria que é o encontro com Jesus”, prossegue a religiosa das Missionárias Reparadoras do Sagrado Coração de Jesus.

Foto: Agência Ecclesia

“A catequese é um caminho em que refletimos sobre Jesus: não para ouvir falar dele mas para viver como ele e ser cada vez mais ao jeito dele. Isto é um desafio para os próprios catequistas” reconhece a religiosa que já serviu na diocese de Angra, seis anos em São Miguel e três na ilha terceira, durante o episcopado de D. António Sousa Braga.

“O catequista mais do que transmissor ou comunicador da fé é o discípulo que na sua vida concreta se encontra com Jesus, O descobre e depois tem necessidade de O anunciar,  como os discípulos de Emaús” adianta ainda a responsável recuperando o título da Coleção Emaús, nova designação dos catecismos.

“A recetividade que temos verificado na aceitação do  novo e deste modo de fazer diferente mostra-nos que há esperança; se calhar a experiência não é tão imediata como desejaríamos ou gostaríamos, mas é neste trabalho sinodal de todos- famílias, catequistas e catequisandos-  que podemos alcançar a verdadeira evangelização”, diz ainda a irmã Arminda Faustino.

Este novo itinerário é sobretudo querigmático, recuperando o estilo de anúncio e de evangelização na igreja primitiva visando que cada catequista, cada catequisando e cada família vá vendo esta verdade do querigma: Deus ama a todos;  Jesus veio para salvar cada um, e hoje, dá  a vida por cada um  e vive em cada um para lhe dar uma vida nova.

Este novo processo procura afastar-se de uma colagem da catequese a uma aprendizagem escolástica, que se poderia  esgotar no conhecimento histórico, cultural e social de Jesus, ou que fosse meramente um meio de preparação para a celebração dos sacramentos.

“É do encontro com ele que nasce o amor por ele no outro, o desejo de o celebrar na liturgia e na vida quotidiana, anunciando-o porque é vivido” conclui.

Já estão disponíveis quatro dos cinco recursos projetados para este ano, o equivalente aos 7, 8 e 9º anos da catequese, estando para muito breve o recurso para o décimo ano. Depois seguem-se os 5 e 6º anos. Mas esta equivalência não é cronológica, isto é, a catequese tem genericamente três etapas e nessas etapas cada um,  em diálogo com todos os intervenientes no processo e a um ritmo próprio, que pode não ser igual para todos,  escolherá a melhor altura para dar o passo seguinte.

O tempo 1 é o despertar para a fé, e neste tempo as famílias são fundamentais; o tempo 2, o catecumenado e  o tempo 3 a mistagogia.

Os novos materiais estão a ser feitos num processo colaborativo entre o Secretariado Nacional de Educação Cristã e os Salesianos, o que também constitui uma nova expressão do trabalho sinodal.

As jornadas formativas da catequese prosseguem até ao fim da semana. Amanhã, dia 5 de fevereiro, o padre Paulo Alves, da Diocese de Viana do Castelo, apresenta uma reflexão sobre a ‘Liturgia e a Catequese’.

No terceiro dia, o padre Vítor Medeiros, ouvidor da Ribeira Grande, fala da catequese como ‘Um itinerário de fé’, a 6 de fevereiro, e, segundo o programa, a formação encerra com ‘Desafios da fé: Catequista quem és tu’, centrando a  questão da catequese no perfil do catequista, numa reflexão apresentada por Carlos Novais, da Diocese do Porto.

As Jornadas Formativas de Catequese, para catequistas da Ilha de São Miguel, promovidas pela Delegação da Catequese das Ilhas de São Miguel e Santa Maria, decorrem  no Centro Pastoral Pio XII, em Ponta Delgada, a partir das 20h00

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