Celebrações diocesanas da Semana da Vida decorrem em Santa Maria com momentos de oração, reflexão e compromisso
A socióloga Piedade Lalanda desafiou esta quinta feira as famílias a definirem o que “é essencial” para se consolidarem num mundo marcado pelo individualismo e pela falta de partilha, durante uma paltestra sobre “A Família hoje- comunidade que dignifica”, que se realizou na Capela do Aeroporto, na ilha de Santa Maria, inserida nas comemorações da Semana da Vida e, concretamente, do Dia Internacional da Familia.
“Hoje perante a diversidade de modelos de família existentes é preciso que cada um de nós defina o que é essencial para consolidar a sua família como espaço de partilha, de respeito e de encontro” disse a soióloga.
Depois de apresentar algumas estatísticas sobre as taxas de nupcialidade, e de natalidade nos Açores, ambas “em decréscimo acentuado”, a professora universitária na Escola Superior de Enfermagem de Ponta Delgada frisou que o mais importante é que a família só se constrói se “houver amor, confiança, cumplicidade, sentido de escuta, respeito e tempo”.
“Enquanto não arrumarmos as nossas relações definindo o que queremos e o que estamos dispostos a dar nunca chegaremos a ser família” e, consequentemente” nunca seremos comunidade” sublinhou a investigadora destacando que hoje é “mais fácil as pessoas juntarem-se em torno de uma questão material do que por laços e afetos”, mesmo que por vezes “existam enganos e se cometam erros”.
“Errar é humano; aprender com os erros é divino e nós em vez de nos desentermos com os erros devemos redescobrir-nos neles”, concluiu Piedade Lalanda.
A socióloga, que fez uma apresentação viva utilizando powerpoint procurou sempre interagir com a plateia colocando-lhe desafios e falando de aspetos muito concretos do dia a dia.
Antes deste período de reflexão houve um momento de oração, na Ermida de Nossa Senhora de Fátima, presidida pelo Diretor diocesano da pastoral da familia, Cónego José Medeiros Constância e concelebrada pelo ouvidor da ilha de Santa Maria, Pe Vitor Arruda, no dia 13 de maio.
Em dia de Solenidade de Maria, o cónego José Constância sublinhou a “importância e a grandeza” de Maria que viveu “da fé, da esperança e da caridade”.
“Ela disse sim a Cristo e tal como ela também nós devemos dizer vivendo com fé em casa e no trabalho”, com esperança “nos momentos fáceis e nos dificeis da vida” e com caridade, “expressando sempre o amor ao outro”.
E deixou uma interrogação: “será que com os olhos fixos em Maria podemos assumir o compromisso de seguirmos Cristo a partir de casa?”.
O Conégo José Medeiros Constância lembrou que “reavivar a fidelidade a Cristo- nos nossos dias- significa que cada um na sua família tem que fazer a pergunta se Cristo conta ou não conta”.
“Não basta sermos famílias religiosas, termos imagens e coroas do Espirito Santo, celebrarmos o matrimónio, os baptismos e as comunhões. Temos é de saber se vivemos a Palavra de Deus como esposos, pais e filhos”, acrescentou ainda o sacerdote.
“Se não tivermos famílias verdadeiramente cristãs nunca conseguiremos ser comunidade” disse ainda o responsável diocesano pela pastoral família lembrando que “onde as familias estão vivas as comunidades paroquiais são fortes”.
“As nossas comunidades têm que ser feitas de famílias que formem uma igreja viva para atuar na dinâmica do mundo. Não podemos estar à espera que o Papa faça tudo sozinho. Ele dá as orientações, mas nós temos de fazer a nossa parte”, concluiu o sacerdote.
As comemorações diocesanas da Semana da Vida estão a decorrer em Santa Maria, celebrando-se em eventos particulares ao nível das diferentes ouvidorias.
Esta sexta feira, o destaque centra-se na comemoração do Dia Internacional da Família.
Depois dos momentos de oração e de reflexão, as comemorações da Semanada da Vida centram-se no “compormisso”, realizando-se esta sexta feira uma reunião do Serviço Diocesano da Pastoral Familiar com o Conselho Pastoral da ilha de Santa Maria.