Seminaristas satisfeitos com trabalho pastoral da semana das vocações

São Jorge, Faial e São Miguel foram as ilhas que acolheram seis seminaristas entre 10 e 17 de Novembro. Na bagagem levaram uma intenção: revelar o que é a disponibilidade para servir a Deus.

São Jovens, estudantes e cientes de que o caminho da vida se faz caminhando. Mas o deles é um caminho diferente, por opção e por vocação. Creem em Deus, como tantos outros da sua idade, mas estão dispostos a servi-Lo de uma forma especial.

 

É esta vocação que partilham todos os anos, quando na semana dos seminários, que este ano foi assinalada na Diocese de Angra entre 10 e 17 de Novembro, são chamados a ir ao encontro dos outros jovens e dos menos jovens para falarem do mistério da sua vocação.

 

“Para as pessoas a nossa vocação ainda é um “mistério”, e de facto, é até para cada um de nós que somos chamados, porque Deus manifestou-se na minha vida e vai-se manifestando de uma forma tão sublime que por vezes quase passa despercebida” confessa Adriano Batista, aluno do 3º ano do Seminário Episcopal de Angra.

 

Durante a semana dos seminários esteve na Ribeira Grande onde teve a oportunidade de falar com muita gente, com particular destaque para os mais novos.

 

“Foi imensamente gratificante trabalhar com tantos jovens. Foram muitos os que diariamente iam aparecendo nos mais variados encontros, e que com atenção ouviam aquilo que lhes levava: A minha história vocacional, o seminário e reflexões sobre a fé”.

 

O resultado foi positivo, sobretudo ao nível pastoral, diz Adriano com a convicção de que afinal “a nossa missão ainda faz sentido”.

 

É, de resto, um sentimento partilhado pelos restantes seminaristas que nesta semana se fizeram pregadores missionários de uma fé que eles como outros têm mas que vivem com maior discernimento.

 

Por isso, Jacob Vasconcelos, também aluno do 3º ano, que esteve na Ouvidoria da Horta, deixa palavras de encorajamento aos jovens “valentes” que “não temem” professar a sua fé num ambiente cada vez mais hostil às realidades supra-sensíveis;  um voto para que possam “ser semente de uma sociedade renovada” e um apelo “aos pais e familiares” para que, através do “testemunho e do estímulo ajudem a traçar o rumo das suas vidas”.

 

Os seminaristas, todos os anos partem num apelo às vocações. Participam na catequese, organizam sessões de trabalho com os mais novos e participam na eucaristia. O testemunho é a arma indispensável de qualquer cristão. E quando se é seminarista, esse testemunho ainda é mais importante.

 

“A seara é grande e os trabalhadores são poucos”, lembra Pedro Cardoso, aluno do 5º ano que esteve na Lagoa.

 

É escasso o conhecimento que as pessoas têm do seminário: como se vive, o que se estuda, como se estuda. Interrogações que obtém sempre uma resposta por parte daqueles que, por vezes, contra a vontade das próprias famílias, decidem escolher uma vida diferente.

 

Trata-se de “apresentar a vocação como um projeto de felicidade concretizável das mais diversas formas, sendo as vocações consagradas umas das formas privilegiadas de concretizar um projeto duradouro de felicidade ao serviço de Deus e das comunidades cristãs” diz Jacob Vasconcelos.

 

Esta semana acaba por ser para muitos uma espécie de “pré seminário que a maioria de nós não teve”, lembra Vitor Mourinho, aluno do 3º ano e que esteve também dividido entre a Lagoa e o Livramento, na ilha de São Miguel.

 

A curiosidade é muita, acrescenta Ruben Pacheco, aluno do 6º ano. Esteve em São Jorge. Topo e Santo Antão deram-lhe abrigo por uma semana.

 

“No meio do rural, da natureza campestre e no horizonte as restantes ilhas do grupo Central que se avistavam da ilha jorgense, fiquei impressionado com o interesse e a sagacidade das questões apresentadas pela juventude, mostrando interesse e à vontade”.

 

Autenticidade, verdade, clareza, discernimento, são palavras fortes mas indispensáveis, sobretudo “num mundo onde o homem é convidado a não ouvir o chamamento que Deus lhe faz, onde as vozes que soam são contrárias ao verdadeiro projeto de felicidade que Deus tem para o homem, estas oportunidades são essenciais para falar sobre a importância do acolhimento do chamamento, do dizer sim à vocação”, lembra Nuno Fidalgo, a frequentar o 5º ano do Seminário e que teve o privilégio de viver esta semana justamente no momento em que a Ouvidoria que o acolheu- Ribeira Grande, na ilha de São Miguel- encerrava o Ano da Fé.

 

“O nosso trabalho é semear. Importa é semear. Deixemos a semente com a certeza que é Deus que vai cuidar dela”, conclui.

 

O périplo de alguns seminaristas pelas paróquias da Diocese, próprio da semana dos seminários, faz parte de um trabalho “contínuo”, por vezes “escondido” mas que, “ por ser mais próximo é mais eficaz do que as ações junto dos grupos de jovens, onde tudo pode ficar muito superficial”, disse o Reitor do Seminário Pe Hélder Alexandre ao Portal da Diocese em jeito de balanço de mais uma semana de apelo às vocações.

 

Este ano letivo de 2013/2014 entraram para o Seminário Episcopal de Angra sete novos alunos, todos oriundos de São Miguel.

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