Iniciativa reuniu perto de cem pessoas esta sexta feira propondo uma reflexão sobre o evangelista Marcos
O Secretariado Bíblico de São Miguel promoveu esta sexta feira “O Dia da Bíblia”, reunindo cerca de 100 pessoas no Centro Pastoral Pio XII, em Ponta Delgada, que se debruçaram sobre o Evangelho de Marcos, sob a orientação do Vigário Episcopal para São Miguel, Pe Cipriano Pacheco e o pároco da Fajã de Cima, Pe Marcos Gomes.
“Marcos como Evangelista do Ano Litúrgico pode ajudar-nos a dar sentido ao sofrimento que vivemos hoje em dia” disse ao Sítio Igreja Açores o primeiro conferencista da tarde, pe Marco Gomes que escalpelizou “a mensagem, a linguagem e a agenda” do evangelista que este ano domina o Ano Litúrgico.
“Marcos mostra-nos um Jesus de ação, um Jesus que sofreu, padeceu, que foi incompreendido e desobedecido pelos seus mas depois alcançou a glória” precisou o sacerdote lembrando o contexto histórico em que foi escrito este Evangelho- perseguição aos cristãos que não tinham liberdade religiosa; o cerco a Jerusalém durante dois anos- e que no fundo “com outras vicissitudes remete-nos muito para as incertezas e crise do mundo atual”, marcado “por muita angústia”.
“Se calhar devíamos fazer como o Evangelista nos propõe: ide que Ele há de perseguir-vos e com fé, o sofrimento acaba por desaparecer”.
Outra abordagem, para além de uma perspetiva “histórico-critica” o Pe Cipriano Pacheco centrou-se essencialmente no conteúdo da mensagem de Marcos “percorrendo os caminhos do reino que ele anunciou através da palavra e de atos, tentando apontar para a novidade de jesus”.
“Procurei que encontremos e descubramos o rosto de Jesus a partir deste evangelista, que é o evangelista do ano”, sublinhou ainda o responsável máximo do clero em São Miguel.
O dia da Biblia foi assinalado esta sexta feira em Ponta Delgada. O novo coordenador do Secretariado Bíblico de São Miguel, Emanuel Correia, em declarações so Sítio Igreja Açores sublinhou a “importância e pertinência destas reflexões” pois “é no estudo da palavra de Deus que se alicerça a fé e ação de um cristão”.
“Senão formos além das palavras a semente não dá frutos”, acrescenta.
Além da Bíblia os participantes foram instados a levar um alimento que depois será entregue à Cáritas de São Miguel, para distribuição junto das famílias carenciadas.
“A palavra é importante mas ela tem de dar frutos e isso só acontece quando ela se revela na vida das pessoas e cada cristão conseguir ver no rosto do irmão, sobretudo o mais pobre, o rosto de Jesus”.
O Secretariado Bíblico de São Miguel, além do apoio no estudo e celebração da palavra, um pouco por toda a ilha de São Miguel, vai promover em novembro da Semana Bíblica de São Miguel que “já está a ser preparada e este ano contará com muitas novidades”.