Portugueses e cabo verdeanos saúdam cardeais
Centenas de cabo-verdianos e portugueses estão a chegar à Praça de São Pedro desde o início da manhã para celebrar a criação cardinalícia de Manuel Clemente, patriarca de Lisboa, e Arlindo Furtado, bispo de Santiago.
As bandeiras dos dois países lusófonos surgiam entre as filas que se estenderam a toda a praça, onde ecoavam os cânticos dos cabo-verdianos, enquanto se esperava a abertura da Basílica de São Pedro, que acolhe a cerimónia presidida pelo Papa.
Aníbal Sanches de Sousa veio da Suíça para acompanhar o momento em que o primeiro cardeal de Cabo Verde vai receber o anel e o barrete vermelho das mãos de Francisco, um dia “grandíssimo”, um sentimento partilhado por António Semedo, também emigrante de Cabo Verde, que realça o “dia especial” para a história religiosa do arquipélago cabo-verdiano.
Miquelina Sousa confessa que este era um momento que não “podia perder”, elogiando a “pessoa maravilhosa” que é Arlindo Furtado.
Na Praça de São Pedro havia esta manhã milhares de cabo-verdianos que residem em Itália e noutros países da Europa, como Suíça, França, bem como nos Estados Unidos da América, para além de uma delegação da Diocese de Santiago e católicos da Diocese de Mindelo, acompanhados pelo bispo, Ildo Fortes.
Rosália Vasconcelos é portuguesa, mas foi ‘adotada’ pela comunidade cabo-verdiana, acompanha este momento “extraordinário” para o mundo lusófono, elogiando o “povo forte” de Cabo Verde.
“Sentimo-nos muito orgulhosos”, revela.
Antónia Rodrigues, cabo-verdiana a residir em Portugal, revela o “orgulho” por ver Arlindo Furtado ser criado cardeal pelo Papa, a quem agradece pelo “reconhecimento” a esta figura da Igreja Católica no arquipélago.
A bandeira de Portugal surge na longa fila aos ombros de José Pedro, que com a sua mulher Maria Emília veio do Estoril para acompanhar Manuel Clemente, seu bispo, num dia importante, como “pessoas de fé” e como portugueses.
Em Roma estão hoje cerca de 300 portugueses das dioceses de Lisboa e Porto, e alguns conhecem o novo cardeal-patriarca desde os seus tempos de jovem padre, como é o caso dos Casais das ‘Equipas de Nossa Senhora’, que Manuel Clemente acompanhou durante 22 anos, entre 1984 e 2006.
Teresa Granger, Maria do Rosário Líbano Monteiro, José Patrício e Filomena Patrício elogiam a “simplicidade”, “sabedoria” e “disponibilidade para as pessoas” do novo cardeal português, que aprenderam a respeitar pela “capacidade de gerar consensos”.
As pessoas que não puderem entrar na basílica poderão acompanhar a celebração através de quatro ecrãs gigantes instalados na Praça de São Pedro.
CR/Lusa